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Edifício em obras em Curitiba: crédito será menor, mas demanda ainda estará fraca em 2016. | Daniel Castellano / 
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Edifício em obras em Curitiba: crédito será menor, mas demanda ainda estará fraca em 2016.| Foto: Daniel Castellano / AGP

Com a crise econômica e a captação líquida negativa da poupança desde o início do ano, o período de restrição de crédito para financiamento imobiliário deve se estender por 2016. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), R$ 60 bilhões vindos da poupança devem ser disponibilizados para o setor no ano que vem. Os recursos da poupança para financiamento imobiliário totalizaram cerca de R$ 113 bilhões em 2014 e devem chegar a R$ 83 bilhões em 2015.

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A redução, no entanto, não é vista com pessimismo pelo setor. “É um valor menor do que tínhamos, mas vai estar de acordo com a demanda, que está retraída. Vamos ter crédito para movimentar o setor”, avalia o presidente do Sinduscon-PR, José Eugênio Gizzi. Para garantir isso, o setor está conduzindo negociações diretas com o Ministério da Fazenda para que seja possível fazer um mix composto pela poupança e outros recursos que não tenham taxas de juros tão altas.

Os recursos oriundos do FGTS devem ter peso significativo nesse mix. “No ano que vem, teremos mais recursos do FGTS”, antecipa o gerente regional da Caixa Econômica Federal em Curitiba, Vilmar José Smidarle, mesmo sem uma estimativa oficial da instituição. De acordo com a previsão do Sinduscon-PR, o fundo de garantia também deve disponibilizar cerca de R$ 60 bilhões para financiamento imobiliário, o que representa um aumento de 21,2% no valor projetado para este ano.

Letras imobiliárias

Quem estiver disposto a pagar juros mais altos, poderá contar não apenas com as letras de crédito imobiliário (LCI), mas também com as letras imobiliárias garantidas (LIG), criadas recentemente, segundo Smidarle, devido à necessidade de apresentar novas fontes de recursos ao mercado. “As LIG captam recursos lastreados em ativos que são majoritariamente imobiliários e têm uma taxa de juro maior, e serão uma alternativa nos próximos anos”, diz o gerente regional da instituição, que já está trabalhando com esse novo mecanismo de captação.

O presidente do Sinduscon-PR também acredita que as LIGs devem se tornar uma boa alternativa para o setor, mas não acredita que isso deva acontecer ainda no próximo ano. “É um funding que vai crescer, mas eu não sei se hoje ele está com uma taxa interessante para financiamento”, avalia.

MCMV terá nova faixa e recursos do FGTS

Apesar dos cortes neste ano, o programa Minha Casa Minha Vida será uma grande aposta do setor imobiliário em 2016, especialmente após o anúncio da liberação de R$ 4,8 bilhões do FGTS para atender beneficiários da faixa 1. “Estamos passando de R$ 3,3 bilhões em 2015 para R$ 4,8 bilhões em 2016. É um aumento de 45% e é uma boa notícia”, diz o presidente do Sinduscon-PR, José Eugênio Gizzi. O valor equivale ao corte anunciado em setembro.

Agora, o setor aguarda a normatização da terceira fase do programa, que trará como principal novidade a criação de uma faixa intermediária para atender famílias com renda entre R$ 1.800 e R$ 2.350, com taxas de juros de 5% ao ano. “Dentro dessa faixa é onde está o público com maior déficit habitacional”, explica o gerente regional da Caixa em Curitiba, Vilmar José Smidarle.

Com a novidade, a faixa 1 passará a atender famílias com renda bruta mensal de até R$ 1.800. As rendas abrangidas pelas faixas 2 e 3 serão atualizadas (ver tabela), assim como as taxas de juros aplicadas a cada uma delas. Na faixa 2, os juros vão variar entre 6% e 7% ao ano, enquanto o da faixa 3 será de 8% ao ano.

Conforme Smidarle, porém, o destaque para o mercado curitibano é a atualização dos valores dos imóveis para cada faixa. “Nas faixas 2 e 3, o valor do imóvel em Curitiba vai para até R$ 200 mil. O valor de R$ 170 mil não comportava muitos empreendimentos devido ao valor dos terrenos”, avalia.

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