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O casal, conhecido como “os pais avós”, ao lado da filha, quando ela tinha poucos meses de vida. | Reprodução/
Arquivo pessoal
O casal, conhecido como “os pais avós”, ao lado da filha, quando ela tinha poucos meses de vida.| Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal

Chegou ao fim, nesta quarta-feira (14), o caso da menina italiana retirada dos pais pelo fato de o casal ser considerado “muito velho”. A Suprema Corte do país confirmou que a garota pode ser adotada por outra família após entender que tanto o pai, Luigi Deambrosis, 76 anos, e a mãe, Gabriella Carsano, 64 anos, são “incapazes de compreender quais são as necessidades afetivas e materiais da criança”. As informações são do jornal Corriere della Sera.

No exterior, Gabriella se submeteu a uma fecundação assistida heteróloga – quando o sêmen é doado por um terceiro anônimo – e a criança nasceu em 2010. Quando a mãe ainda se recuperava do parto no hospital,o Serviço Social já teria sido alertado sobre a idade avançada dos pais. Poucas semanas depois, o casal se viu denunciado por abandono de incapaz, após vizinhos flagrarem o bebê chorando, sozinho, trancado no carro da família. Os dois foram apelidados “os pais avós”. 

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Desde 2013, a menina vive com uma família adotiva e não tem contato com os pais biológicos. A sentença traz que Luigi é “totalmente dependente” dos desejos da esposa, enquanto Gabriella está “presa em uma bolha narcisista”. À imprensa italiana, o casal disse não ter nada a comentar sobre a decisão. Já a advogada deles, Adriana Boscagli, afirmou que eles não vão desistir da filha. 

“Eles tinham a menina constantemente sob seus olhos. Ela ficou sozinha por sete minutos, o tempo de preparar uma mamadeira”, contou Adriana. “Temos certeza de que ocorreu um grave erro. Essa acusação originária teve como base, no fundo, o preconceito contra a idade de Luigi e Gabriella”. 

A advogada acredita que a Justiça levou em conta a situação atual da criança, que há anos vive com outra família e poderia passar por um trauma durante o processo de separação. “Mas, mais cedo ou mais tarde, é preciso explicar que seus pais são outros e o porquê de ela ter sido retirada deles”, acrescenta. 

Um perito psiquiátrico que acompanhou o caso, contudo, compreendeu que a menina corre perigo se voltar ao convívio dos pais biológicos, que “até hoje não admitem a gravidade do episódio e são incapazes de se autocriticar”.

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