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Soldados patrulham as ruas de Nice: alerta constante contra o terrorismo na França. | VALERY HACHE/AFP
Soldados patrulham as ruas de Nice: alerta constante contra o terrorismo na França.| Foto: VALERY HACHE/AFP

As autoridades francesas desmantelaram nesta sexta-feira (10) os planos de atentado terrorista após detenção de quatro pessoas em Montpellier, no sul do país, incluindo uma adolescente de 16 anos. A detenção dos quatros indivíduos permitiu desbaratar um projeto de atentado iminente, afirmou o ministro do Interior, Bruno Le Roux.

A polícia ainda não conseguiu determinar o alvo do atentado. Os quatro suspeitos, de 16, 20, 26 e 33 anos, foram detidos depois de comprar propanona, líquido que pode ser usado para fabricar artefatos explosivos.

Entre os detidos, uma adolescente de 16 anos foi localizada nas redes sociais depois de expressar a vontade de viajar para a Síria ou o Iraque e de cometer um ataque na França. Um dos mentores dessa adolescente era alvo de investigação da Direção Geral de Segurança Interna (DGSI), o serviço de inteligência francês. Este suspeito pretendia detonar uma carga explosiva junto ao corpo.

Durante as operações de busca, a polícia encontrou TATP - um explosivo artesanal potente, mas muito instável, e muito apreciado pelos radicais -, propanona, água oxigenada, seringas e luvas de proteção.

As mulheres jovens, que com frequência eram ignoradas pelo serviço de inteligência, agora são consideradas potencialmente tão perigosas quanto os homens, sobretudo desde a detenção em setembro de 2016 de um comando feminino na região de Paris.

Ameaça persiste

A França está em estado de emergência desde os atentados extremistas de 2015 e 2016, que deixaram 238 mortos. O país é alvo dos jihadistas porque integra a coalizão que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria. O primeiro-ministro Bernard Cazeneuve recordou nesta sexta-feira o nível de ameaça terrorista extremamente elevado que o país enfrenta.

No dia 3 de fevereiro, um egípcio de 29 anos atacou com um facão em cada mão os militares da galeria do Carrossel do Museu do Louvre, em Paris, aos gritos de “Allahu Akbar” (Alá é grande em árabe). Os tiros dos soldados o deixaram gravemente ferido.

Em depoimento, o egípcio afirmou que desejava atacar um símbolo da França em reação aos bombardeios da coalizão internacional na Síria e que pretendia apenas atingir obras no Museu do Louvre, o mais visitado do mundo.

Depois do ataque, o presidente François Hollande voltou a pedir que a França enfrente a ameaça terrorista. “Está aqui, continua e devemos enfrentá-la. Este é o motivo pelo qual mobilizamos tantos recursos e continuaremos fazendo isto enquanto for necessário”, afirmou.

A França evitou vários atentados nos últimos meses. Em 13 de dezembro, o ministro do Interior afirmou que as forças de segurança haviam evitado ao menos 13 tentativas que envolviam mais de 30 indivíduos, entre eles mulheres e menores, desde o atentado que deixou 86 mortos em Nice, em 14 de julho de 2016.

No final de novembro, a polícia prendeu quatro franceses e um marroquino que haviam jurado lealdade ao EI e eram suspeitos de planejar um atentado na região de Paris.

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