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Robert Gabriel Mugabe lidera o Zimbábue desde 1980 | JEKESAI NJIKIZANA/AFP
Robert Gabriel Mugabe lidera o Zimbábue desde 1980| Foto: JEKESAI NJIKIZANA/AFP

O secretário-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Ghebreyesus, que havia designado o ditador do Zimbábue Robert Mugabe, "embaixador da boa vontade", anunciou que ouviu aqueles que expressaram suas preocupações e revogou a nomeação.  

"Nos últimos dias, refleti sobre minha nomeação a Robert Mugabe como 'embaixador da boa vontade' da OMS na África. Como resultado, decidi rescindi-la", disse Tedros em um comunicado publicado em sua conta no Twitter.   

A decisão foi tomada neste domingo (22) após a indignação de grupos de doadores da OMS e de direitos humanos sobre o anúncio - além de autoridades que também se manifestaram contra.  

Ao fazer a indicação, em uma cúpula no Uruguai, Ghereyesus disse que Mugabe poderia usar sua liderança para influenciar outros países e que o Zimbábue é um país "que coloca a cobertura de saúde universal [...] no centro de suas políticas".  

O governo americano foi um dos críticos à nomeação. "A indicação claramente contradiz os ideais da ONU de respeito aos direitos humanos e à dignidade humana", declarou, em comunicado neste sábado (21), o Departamento de Estado.  

A administração de Donald Trump, que já questiona o apoio financeiro a algumas agências das Nações Unidas, é a maior doadora da OMS.  

As autoridades do Canadá, da Irlanda e do Reino Unido também condenaram a medida. O diretor da ONG Welcome Trust, Jeremy Farrar, disse que Mugabe "não cumpre nenhum dos valores" que são esperados pela organização da ONU.  

O Reino Unido disse que a nomeação de Mugabe como "embaixador de boa vontade" para doenças não-transmissíveis na África foi "surpreendente e decepcionante" e que arriscou ofuscar o trabalho global da OMS.

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