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O presidente do Iêmen, Abdo Rabu Mansur Hadi, retirou neste sábado (21) por meio de um comunicado sua renúncia, anunciada em janeiro, e de todas as decisões adotadas após o movimento rebelde xiita dos houthis tomar o controle da capital do país, Sana, em 21 de setembro do ano passado.

Mansur Hadi afirmou que tanto ele como o governo iemenita continuam em seus postos. "Parabenizamos o povo iemenita, que expressou sua rejeição ao golpe de Estado, e pedimos para a comunidade internacional tomar as medidas necessárias para proteger o processo político, rejeitar o golpe e apoiar ao Iêmen em nível econômico", disse o presidente na nota.

Além disso, pediu que se encerre a "prisão domiciliar" imposta ao primeiro-ministro, Khaled Bahah, cuja residência em Sana está cercada por membros do movimento xiita, também conhecido como Ansar Alá (Seguidores de Alá).

No texto, que Mansur Hadi assinou como presidente da República, ele pede que todas as instituições do Estado "cumpram com as decisões legítimas constitucionais e as protejam".

Além disso, instou o exército a "não se deixar enganar pelos fatos que querem causar caos e discórdia no país".

Hadi fugiu neste sábado da capital para se refugiar em sua residência da cidade de Áden, após os houthis reforçarem seu cerco à residência presidencial em Sana.

Hoje mesmo, milhares de opositores do movimento xiita dos houthis se manifestaram no centro do país para expressar seu apoio a Hadi.

Várias testemunhas informaram à Agência Efe que milhares de manifestantes tomaram as ruas da cidade de Eb, no centro do Iêmen, para protestar contra os houthis, que dispararam para dispersar a multidão, deixando um morto e cinco feridos.

Além disso, centenas de opositores do movimento xiita se manifestaram em Sana, carregando imagens de Mansur Hadi e cartazes com palavras de ordem como "Liberdade para o presidente legítimo".

No último mês, o grupo xiita ampliou as áreas sob seu controle no Iêmen, e em 6 de fevereiro dissolveu o parlamento e anunciou de forma unilateral a formação de um conselho presidencial para governar o país interinamente por dois anos.

Ontem, o enviado especial da ONU no Iêmen, Jamal Benomar, anunciou que várias facções políticas do país concordaram em formar um conselho interino para resolver a atual crise, após os houthis começarem um dia antes a formar as instituições do Estado de forma unilateral.

Em comunicado enviado para a imprensa, Benomar explicou que o órgão se chamará Conselho Interino do Povo e incluirá as facções não representadas no atual Conselho de Deputados, entre elas os houthis.

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