Arcebispo australiano é acusado de acobertar abusos sexuais de padre

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O arcebispo australiano Philip Wilson, 67, foi condenado por uma corte em Newcastle, na Austrália, pela acusação de ter acobertado casos de abuso sexual de um padre na década de 1970. Wilson se diz inocente, mas ainda não se sabe se o prelado, que sofre Mal de Parkinson, recorrerá da decisão.

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O veredito foi divulgado nesta terça-feira (22, noite de segunda no Brasil) pelo juiz Robert Stone, da corte local. Ele continuará em liberdade até a divulgação da sentença final, em 19 de junho.

Dirigente da Arquidiocese de Adelaide desde 2001, Wilson, é acusado de omitir os crimes do padre James Fletcher, que abusou de coroinhas em uma paróquia no Hunter Valley, a norte de Sydney.

Fletcher foi condenado em 2004 a oito anos de prisão por nove casos de abuso sexual, mas sofreu um infarto e morreu em 2006. Duas vítimas afirmam que contaram o crime a Wilson, que na época era padre assistente na paróquia.

Uma delas, com dez anos na época, afirma ter ouvido do hoje arcebispo que ele faria alguma coisa. Já a outra disse ter contado o caso enquanto se confessava e foi repreendida por Wilson. Em sua defesa, Wilson disse que não se lembra dessas acusações e também que não tinha nenhuma suspeita do comportamento de Fletcher.

Além de arcebispo, Wilson é presidente da Confederação dos Bispos Católicos Australianos, equivalente australiano da CNBB.

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Em nota, os bispos australianos ressaltaram que, como outras instituições no mundo, “a Igreja Católica aprendeu muito sobre a tragédia dos abusos sexuais sobre menores e implementou programas, políticas e procedimentos mais fortes para proteger crianças e adultos mais vulneráveis”.

A sentença é divulgada três semanas depois que a Justiça australiana acolhesse as acusações de encobrimento dos casos de abuso sexual contra o cardeal George Pell, tesoureiro do Vaticano que foi afastado do cargo pelo papa Francisco para se defender das acusações na Austrália. Pell também se diz inocente das acusações.