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O presidente sírio, Bashar al Assad, desafiou nesta terça-feira (7) os "terroristas", como define os insurgentes que buscam derrubar seu regime, e reforçou seus vínculos com seu aliado principal, o Irã, com o qual forma o chamado "eixo da resistência" anti-imperialista.

Apesar do grande golpe sofrido na segunda-feira (6), com a saída do primeiro-ministro, Riad Hiyab, o regime sírio manteve os bombardeios sobre os insurgentes e a população civil, enquanto Assad insistiu que seu governo tem a "determinação de limpar a nação de terroristas".

Ao menos 140 pessoas morreram nesta terça-feira, segundo a rede de ativistas Comitês de Coordenação Local (CCL), um número que o Observatório Sírio de Direitos Humanos registrou em 130, dos quais, detalhou, 95 seriam civis e rebeldes e 32, soldados das forças armadas.

O presidente sírio se reuniu nesta terça-feira com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili, em reunião da qual a televisão mostrou imagens e que é apenas sua segunda aparição pública após o atentado que acabou com sua cúpula militar, em 18 de julho.

Assad acusou os "países ocidentais e seus aliados" de tentar romper o eixo da resistência, formado por Damasco e Teerã, por isso teriam "como alvo a Síria" e apoiariam "o terrorismo". "A Síria está avançando no diálogo nacional e é capaz, graças à vontade de seu povo, de driblar os planos estrangeiros que têm como alvo o eixo da resistência", disse, segundo um comunicado presidencial.

As palavras de Assad encontraram sintonia na réplica do enviado iraniano, cujo país elevou nos últimos dias a retórica contra estados que apoiam os rebeldes sírios, como os Estados Unidos, a Arábia Saudita, a Turquia e o Catar.

Segundo o mesmo comunicado, Jalili afirmou que o conflito sírio "não é interno" e que Teerã "não permitirá, em nenhum nível, que se rompa o eixo de que a Síria é o galho principal".

Apoio

Assad se sustenta no forte apoio do regime dos aiatolás, já que o Irã tem na seita alauí (um ramo esotérico do xiismo), à qual pertence Assad, um aliado-chave no Oriente Médio.

Assim, ganha ainda mais importância o destino dos 48 iranianos sequestrados no sábado, que segundo o Irã são peregrinos xiitas, enquanto o Exército Livre Sírio (ELS) afirma serem membros da Guarda Revolucionária. Na segunda-feira, o ELS anunciou a morte de três deles em um bombardeio do regime nos arredores de Damasco, o que levou o regime iraniano a se mobilizar para conseguir sua libertação.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, viajou nesta terça de surpresa a Ancara para pedir ao Governo da Turquia que intermedeie para libertar os iranianos sequestrados quando viajavam em um ônibus.

Simultaneamente, as forças do regime mantiveram sua ofensiva para tentar recuperar a cidade de Aleppo, onde os insurgentes ainda mantêm suas posições apesar da chegada de milhares de reforços do Exército governamental nos últimos dias.

O chefe do Conselho Militar do ELS em Alepo, e um dos principais líderes rebeldes do país, Abdel Jabar el Akeidi, disse à Agência Efe pela internet que o ELS "avança em todas as frentes, enquanto as tropas do regime intensificaram seus bombardeios aéreos com tanques e artilharia, mas não podem avançar". O coronel Akeidi acrescentou que suas forças atacam os principais centros da segurança e dos serviços secretos do regime na cidade para retomar Aleppo, em uma batalha considerada chave.

Os enfrentamentos mais duros seguem acontecendo no bairro de Salah ad-Din, onde as tropas governamentais continuam tentando entrar mas são repelidos pelos rebeldes: "Não puderam avançar nem um só metro", disse. No entanto, Akeidi reconheceu que suas forças notaram a chegada de reforços para as tropas governamentais, mas demonstrou que acredita que "se Deus quiser, essa batalha acabará em breve".

Por sua vez, o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman, informou à Efe por telefone de Londres que um "grupo desconhecido" matou 16 "civis sunitas, cristãos e alauís" na província de Homs.

O ataque, cuja autoria o regime atribui aos rebeldes sírios, mirou um complexo de casas destinado a operários, e situado em uma cidade rural da província de Homs, explicou a fonte. Abderrahman afirmou desconhecer a que grupo ou organização os autores do ataque pertencem.

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