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O presidente russo Vladimir Putin disse nesta quarta-feira (4) que o assassinato do ativista opositor Boris Nemtsov é uma “desgraça” para a Rússia. Em declarações feitas para funcionários do Ministério do Interior e transmitidas pela televisão, ele condenou a morte de Nemtsov. Embora o Kremlin tenha informado que Putin enviou suas condolências à mãe de Nemtsov no sábado, as declarações feitas hoje foram os primeiros comentários públicos do presidente a respeito do fato.

Nemtsov, ex-vice-primeiro-ministro que se tornou um feroz crítico de Putin, foi morto da tiros nas proximidades do Kremlin na noite de sexta-feira. Integrantes da oposição responsabilizam as autoridades pelo assassinato. “As maiores atenções devem ser voltadas para crimes importantes, dentre eles os que tenham motivação política. Precisamos finalmente livrar a Rússia da vergonha e da tragédia como as que experimentamos e vimos recentemente. Eu me refiro ao audacioso assassinato de Boris Nemtsov, no centro da capital”, disse Putin.

Investigadores não divulgaram nomes de suspeitos, mas afirmaram que estão interrogando testemunhas, fazendo análises forenses e verificado imagens de câmaras de segurança. Logo após o crime, o Kremlin divulgou um comunicado de Putin sobre o caso, dizendo que parecia ser um assassinato encomendado e de “natureza provocadora”, dando a entender que a morte teria como objetivo desacreditar as autoridades russas.

Os investigadores analisam a hipótese de Nemtsov ser um “vítima sacrificial”, usada para desestabilizar o país. Outras teorias incluem a ligação do crime com o conflito na Ucrânia ou com extremistas islâmicos. Agências estatais de notícias informaram nesta quarta-feira que, ao ser questionado sobre a existência de suspeitos, o chefe do serviço de segurança russo FSB, Alexander Bortnikov, declarou que eles “sempre existem”.

Em seu discurso, Putin indicou que não haverá pausa nas pressões sobre a oposição, afirmando que a Rússia enfrenta tentativas de uso da “tecnologia da cor”, uma referência às revoluções pacíficas em países vizinhos que, segundo Moscou, foram patrocinadas pelos Estados Unidos. “As ações de extremistas estão se tornando mais e mais difundidas. Estamos vendo tentativas de uso das chamadas tecnologias da cor, que vão da organização de protestos de rua ilegais à propaganda aberta de ódio em redes sociais”, disse Putin.

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