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Neruda era comunista e teria sido morto pelo regime de Pinochet. | Wiikimedia Commons
Neruda era comunista e teria sido morto pelo regime de Pinochet.| Foto: Wiikimedia Commons

Especialistas espanhóis encontraram nos restos do poeta chileno Pablo Neruda a bactéria estafilococo dourado, que pode causar graves infecções e que não está associada ao câncer que teria causado sua morte em 1973.

Peritos não encontram indícios de que poeta foi envenenado

  • santiago

Pesquisadores espanhóis da Universidade de Múrcia que investigaram a morte de Pablo Neruda a pedido da Justiça chilena não encontraram provas conclusivas de que ele tenha sido envenenado, de acordo com um relatório inicial entregue ao juiz encarregado do inquérito, Mario Carroza.

A partir de agora, com novas técnicas de genética forense, os peritos testarão amostras de substâncias inorgânicas ou metais pesados que possam determinar a causa da morte do poeta chileno. A ideia é detectar eventuais danos celulares ou em proteínas provocados por agentes químicos que estão presentes nos restos mortais do poeta. Acredita-se que Neruda, que era comunista, morreu de câncer dias após o golpe de Estado de 1973, que inaugurou a ditadura do general Augusto Pinochet no Chile.

A presença da bactéria foi detectada durante perícias feitas na Universidade de Múrcia, a partir de uma investigação levada adiante pelo juiz chileno Mario Carroza, a fim de esclarecer as causas exatas da morte do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1971.

Foram encontrados outros dois elementos que estão relacionados com o câncer de próstata “disseminado e com um processo de tipo infeccioso” que Neruda sofria há vários anos antes de sua morte.

Morte suspeita

O juiz procura esclarecer se Neruda, falecido em uma clínica de Santiago em 23 de setembro de 1973, morreu em decorrência do câncer ou se sua morte foi causada por algum elemento estranho. O corpo do poeta foi exumado em abril de 2013.

A investigação começou em 2011, a partir de um pedido do Partido Comunista chileno, baseada em uma denúncia de Manuel Araya, motorista de Neruda, à revista mexicana “Proceso”.

Araya disse que o poeta, falecido dias depois do golpe militar liderado por Augusto Pinochet (em 11 de setembro de 1973), tinha sido envenenado por agentes da ditadura mediante uma injeção que foi dada na clínica na qual estava internado.

O poeta morreu quando se preparava para viajar ao México, a convite do então presidente do país, Luis Echeverría, segundo Manuel Araya para liderar a oposição a Pinochet.

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