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| Foto: SUZANNE PLUNKETT/REUTERS

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, prometeu que vai adotar uma postura mais rígida nas negociações com a União Europeia, acabar com o extremismo e tornar o país mais igualitário antes de renunciar.

Em discurso na convenção anual do Partido Conservador nesta quarta-feira (7), o premier disse que vai criar uma “Grã-Bretanha maior” até sair do cargo antes das eleições nacionais de 2020.

Segundo o jornal “The New York Times”, Cameron prometeu realizar um referendo sobre a permanência na União Europeia até o fim de 2017. Ele sustenta que o país deve ficar se conseguir afrouxar os vínculos nas negociações. No entanto, muitos dentro do partido não veem benefícios na associação ao bloco europeu. Desde a intensificação do fluxo migratório e a chegada de milhares de refugiados, parte dos conservadores pressionam pelo Brexit (união das palavras “Britain”, Grã-Bretanha, e “exit”, saída).

Cameron afirmou que não mantém “ligação sentimental” com a UE e só está interessado em duas coisas: “a prosperidade da Grã-Bretanha e sua influência”.

“É por isso que lutarei duro nessa renegociação: para que tenhamos um acordo melhor e o melhor dos dois mundos”, defendeu.

Ataque à oposição

Em maio, o Partido Conservador saiu vitorioso nas eleições parlamentares e conquistou a maioria absoluta na Câmara dos Comuns. Pesquisas apontam que a aprovação do partido aumentou ainda mais desde que o opositor Partido Trabalhista elegeu o esquerdista Jeremy Corbyn como líder no mês passado. Cameron foi ovacionado ao atacar o concorrente.

“Não podemos deixar esse homem impor sua ameaça à segurança, simpatia ao terrorismo, a ideologia de ódio à Grã-Bretanha no país que amamos”, criticou.

O primeiro-ministro declarou que busca derrotar os opositores com uma visão conservadora de “nação única”, patriótica e progressista e pretende fazer mais para construir novas casas, reduzir a pobreza, reinserir presos e acabar com a discriminação de mulheres, homossexuais, minoriais étnicas e deficientes.

“Não se pode ter oportunidade de verdade sem igualdade”, afirmou.

O “NYT” também informou que o governo acabaria com a “tolerância passiva” e o “extremismo em todas as suas formas, violentas ou não”. O premier prometeu implementar inspeções de instituições que oferecem educação religiosa, incluindo escolas cristãs, judaicas e islâmicas.

“Se vocês ensinam a intolerância, nós vamos desligar vocês”, sustentou Cameron.

Entre os possíveis sucessores de Cameron que a convenção anual dá espaço estão George Osborne, chefe do Tesouro, Theresa May, secretária de estado e Boris Johnson, prefeito de Londres.

Movimentos sociais e sindicalistas exercem forte oposição ao Partido Conservador, visto que são os segmentos que mais sofrem com os cortes governamentais. Cerca de 60 mil pessoas protestaram do lado de fora do evento no domingo, quando teve início a reunião.

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