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Carros podem ser retirados em qualquer uma das estações Autolib’ | Divulgação
Carros podem ser retirados em qualquer uma das estações Autolib’| Foto: Divulgação

Mercado

Tendo as ruas de Paris como vitrine, o Bluecar ganhou uma versão para uso particular durante o último Salão do Automóvel de Paris, em outubro.

Recarga

Ele vem na cor azul, com opções no sistema de direção, assistência técnica e possibilidade de estacionar nas estações Autolib’ para recarga.

Mensalidade

O automóvel de fato não é vendido, mas disponibilizado num sistema francês de locação de longa duração, ao valor de 500 euros por mês, por um prazo de até 20 meses.

Como?

O sucesso do modelo parisiense deve aquecer o mercado mundial de veículos elétricos. Mas, como as cidades devem se preparar para receber estes automóveis? Segundo Morald Chibout, as baterias com a tecnologia LMP – Lithium Metal Polímero – teriam uma vantagem competitiva, pois podem ser utilizadas também como estações de abastecimento de veículos e até para gerenciamento da rede elétrica convencional.

Carioca

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi notícia na mídia francesa quando esteve em Paris para renovação de acordos de cooperação entre as duas cidades e demonstrou interesse no sistema Autolib’.

Capô

Um dos trunfos é a bateria que armazena cinco vez mais energia

Com o sistema Autolib’, ao mesmo tempo em que atendeu a demanda da prefeitura de Paris, o Grupo Bolloré pôs à prova sua bateria elétrica de alta performance. Resultado de 15 anos de pesquisa e um investimento de 1,5 bilhão de euros.

Morald Chibout, diretor-geral do Autolib’, detalha os diferenciais da tecnologia escolhida. "Desde o início optamos investir na tecnologia LMP – Lithium Metal Polímero – uma bateria que armazena cinco vezes mais energia que outras da mesma geração", disse Chibout. "Ela também é resistente às condições climáticas e composta de materiais não-poluentes, que podem ser reciclados ao final de sua vida útil, que é de 200 mil quilômetros."

Teste

Com um milhão de locações no primeiro ano de Autolib’, a bateria demonstra ter passado por um teste intenso de utilização.

Para produzir um veículo elétrico em larga escala, foi feita uma parceria com a montadora italiana Pininfarina.

Itália

Montado em Turim, o Bluecar na realidade não tem pintura, vem na cor metálica do alumínio. Sem motor a explosão, o carro é totalmente silencioso, tem direção automática e é dotado de uma tela com instruções em vídeo, GPS e comunicação com a central de atendimento.

Assim, o motorista pode identificar e reservar uma vaga próximo do local de destino.

Paris comemorou no final de 2012 o primeiro aniversário de uma alternativa inédita e audaciosa em mobilidade urbana. Numa parceria com a iniciativa privada, a capital francesa colocou nas ruas em escala nunca antes vista no mundo, o carro elétrico.

VÍDEO: Veja como funciona o Autolib’, sistema de locação de carros elétricos de Paris, que está completando um ano de atividade. Opção de mobilidade para parisienses e turistas

O nome dessa revolução silenciosa é Autolib’ – um termo criado a partir das palavras automóvel e liberdade – um serviço de compartilhamento de veículos.

Com grande aprovação da população, o projeto mostrou não apenas a viabilidade de um sistema de locação de automóveis, mas a confiabilidade dos veículos movidos a bateria nas grandes cidades.

O Autolib’ é um sistema de livre serviço semelhante ao das bicicletas – o Velib’ – onde, mediante uma assinatura, é possível retirar um veículo em uma estação de atendimento e depois devolver em qualquer outro ponto da rede.

O Bluecar, como é chamado, têm uma autonomia de 250 quilômetros, o suficiente para circular entre Paris e qualquer uma das outras 46 cidades da região Île de France, onde o serviço está disponível.

O sistema atingiu a marca de 820 mil locações no primeiro ano de funcionamento graças a facilidades, como as diferentes opções de assinatura, disponibilidade 24 horas por dia, possibilidade de reservar pela internet um carro ou uma vaga para estacionar e locação para turistas – desde que possuam a carteira internacional de motorista.

Para colocar em movimento o projeto, a prefeitura parisiense escolheu o Grupo Bolloré, que figura entre as 500 maiores companhias do mundo. Criado em 1822 na região da Bretanha, o grupo até hoje é dirigido pela mesma família, ainda que tenha ações cotadas na bolsa.

O amplo leque de atuação do Bolloré inclui canal de televisão, jornal, empresas de transporte e logística, além do projeto de armazenamento de eletricidade que viabilizou o Bluecar, totalizando um volume de negócios anual de 8,5 bilhões de euros.

O custo de exploração do serviço Autolib’ é estimado em 80 milhões de euros, valor que deve diminuir com o decorrer dos anos. Prefeituras e iniciativa privada dividem tarefas de infra-estrutura e administração do sistema.

Cada cidade investe cerca de 50 mil euros na construção de uma estação de locação. Em troca, o Grupo Bolloré paga o aluguel do espaço, em regime de concessão. O retorno deste investimento não será imediato, como indicou Vicent Bolloré, presidente do grupo, em entrevista recente.

"Um conglomerado industrial como o nosso não espera retorno de investimentos em menos de seis ou sete anos, por isso nós estimamos que a partir do sétimo ano o serviço será rentável", disse Bolloré.

Para quase dobrar a capacidade do serviço no próximo ano, o grupo conseguiu junto ao Banco Europeu de Investimento um financiamento de 75 milhões de euros.

No Brasil, debates só depois do carnaval

Agência Estado

Enquanto montadoras da Europa, Estados Unidos e Japão prometem para 2017 a chegada de carros movidos a hidrogênio, o maior avanço em termos de transporte sustentável, o Brasil segue sem ter uma política definida para a matriz energética automotiva. Depois de ter lançado, no ano passado, o programa Inovar-Auto, que estabelece maior eficiência do motor a combustão, o governo inicia, depois do carnaval, debate sobre incentivos a híbridos e elétricos, mas avisa que o processo será longo.

A Toyota levou ao governo proposta com prazo de cinco anos para iniciar a produção local de veículos híbridos com motor flex, que permitiria o uso do etanol no lugar da gasolina para gerar a energia que carrega a bateria elétrica. A proposta da montadora, que tem duas fábricas de automóveis e uma de peças no País, é a desoneração, por dois anos, de impostos para a importação de híbridos. Nos dois anos seguintes, o subsídio seria mantido para modelos flex. No quinto ano, já com uma possível demanda criada no mercado, teria início a produção local. Na maioria dos países, até mesmo na Argentina, consumidores de "carros verdes" têm algum tipo de subsídio.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que coordena grupo criado pelo governo para discutir a agenda tecnológica para a cadeia automotiva, espera ter um parecer até o fim de março.

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Mundo | 6:00

Veja como funciona o Autolib’, sistema de locação de carros elétricos de Paris, que está completando um ano de atividade. Opção de mobilidade para parisienses e turistas.

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