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Imigrantes caminham em uma linha férrea sérvia  com destino à Hungria | MARKO DJURICA/REUTERS
Imigrantes caminham em uma linha férrea sérvia com destino à Hungria| Foto: MARKO DJURICA/REUTERS

Enquanto os governos da Europa discutem como acolher o fluxo migratório rumo ao continente, milhares de islandeses pressionam as autoridades locais a aumentar a cota de refugiados para abrigar um número maior de sírios.

Nas últimas semanas, as autoridades anunciaram que pretendiam acolher 50 pessoas que fugiram do conflito no país árabe. O número foi considerado pequeno por alguns islandeses, que fizeram um apelo na internet.

Cerca de 13 mil pessoas, ou 4% da população do pequeno país nórdico, estão inscritos no grupo de Facebook “A Síria está chamando”. Nele, muitos oferecem acolher os sírios em suas casas e ensinar-lhes o islandês.

Uma mãe solteira ofereceu dois quartos de sua casa a uma família síria e oferece comprar camas para abrigar os novos refugiados. Alguns dão mais sugestões de outros lugares para acolhê-los.

“Depois que acabamos com o Exército, há muito espaço livre nas antigas bases militares. É imoral mantermos estes lugares vazios enquanto as pessoas estão morrendo”, disse o usuário Oli Gneisti Soleyjarson.

A administradora da página é a professora Bryndis Bjorvinsdottir. Em entrevista ao canal RUV, ela disse que a reação do país vem mudando diante do drama envolvendo os sírios.

“As pessoas estão cheias de verem notícias de pessoas morrendo no Mediterrâneo e nos campos de refugiados e elas querem que algo seja feito.”

Governo

Diante do apelo popular, o primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson disse estar a par da pressão popular por ter mais refugiados. Como primeira reação, deixou em aberto o número de sírios a receber.

Ele propôs nesta terça (1º) uma reunião de gabinete para discutir o assunto. “Nosso papel na política internacional tem sido ajudar sempre que possível em todas as áreas e esta é uma das áreas em que as necessidades são maiores.”

A Islândia é o país mais pacífico do mundo, segundo o Índice da Paz Global, em contraponto com a Síria, o menos. A ilha de 300 mil habitantes recebeu 39 refugiados nos últimos cinco anos, sendo 13 sírios.

A mudança de atitude do pequeno país é um exemplo do aumento da consciência de alguns cidadãos europeus sobre os refugiados. No fim de semana, torcedores de três times alemães deram as boas vindas aos imigrantes.

A atitude é uma resposta à reação de grupos de extrema-direita que tem atacados locais que acolhem os estrangeiros. Na vizinha Áustria, cerca de 20 mil pessoas protestaram na segunda (31) contra o tratamento dado aos refugiados.

O ato aconteceu cinco dias após as autoridades austríacas encontrarem 71 imigrantes mortos em um caminhão frigorífico vindo da Hungria em uma estrada no sul do país.

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