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Como seu chefe, mentor e amigo, David Petraeus, o general Stanley McChrystal buscou integrar a nova raça de comandantes americanos: alguém intelectual, aberto à imprensa e tão hábil na política quanto os oficiais que o contrataram.

Os generais quatro estrelas – Petraeus no Iraque e McChrystal no Afeganistão – personificaram a ideia moderna de que os comandantes americanos precisam não apenas executar suas estratégias, mas vendê-las.

E eles fizeram isso. Petraeus se tornou o garoto propaganda da ofensiva de George W. Bush no Iraque em 2007, enquanto McChrystal, tentando salvar a operação no Afeganistão, abriu seu quartel-general ao público e à imprensa de uma forma inimaginável à geração de generais que o precederam.

Mas ele exagerou com alguns comentários intempestivos a um repórter, que publicou tudo e o derrubou. McChrystal mostrou o perigo de deixar o público saber demais sobre comandantes de guerra – e revelou sua própria limitação ao lidar com sua imagem pública.

Aos 55 anos, McChrystal é um sujeito magro que surpreendeu a todos quando Obama o nomeou comandante das forças no Afeganistão há quase um ano.

Por cinco anos, desde os primeiros meses da guerra no Iraque até o aumento de tropas em 2008, McChrystal conduziu o braço mais secreto da operação iraquiana. Seu trabalho era matar terroristas em silêncio.

Ao chegar ao Afeganistão, McChrystal adotou uma política de privacidade surpreendente para alguém cuja carreira havia sido calcada em segredos, e passou a convidar jornalistas americanos e europeus a acompanhá-lo em reuniões secretas e viagens pelo país.

Como Petraeus, que tem doutorado em Princeton, McChrystal, que estudou em Harvard e passou pelo Council on Foreign Relations, esclareceu a complexa e intrincada política étnica e tribal do Afeganistão. E explicou essa teoria a um público cada vez mais amedrontado com a guerra e cético em relação a ela.

Mesmo assim, ele enfatizou a necessidade de conquistar o público afegão e enfocar o combate ao Taleban no sul do país, retirando tropas de áreas periféricas e anunciando operações com antecedência.

Ambos os generais tiveram estilo amigável e intimamente ligado ao sucesso nas operações em campo. No Iraque, Petraeus salvou a operação do fracasso mais por proteger os iraquianos do que por matar insurgentes.

Foi assim que ele se tornou algo como um herói – até mesmo um possível candidato à Presidência.

Aqui jaz o ponto que diferencia os dois generais – seria impensável ver Petraeus baixar a guarda e ser pego fazendo críticas a seu presidente.

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