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Scott Tilley, 47, em um dia como qualquer outro de sua vida, encontrou algo que os cientistas procuravam há anos | Courtesy of Scott Tilley/Courtesy of Scott Tilley
Scott Tilley, 47, em um dia como qualquer outro de sua vida, encontrou algo que os cientistas procuravam há anos| Foto: Courtesy of Scott Tilley/Courtesy of Scott Tilley

O astrônomo amador Scott Tilley estava recentemente em seu escritório, em casa, em um fim de tarde, usando o seu equipamento de rádio para examinar o espaço para um satélite espião operado pela Força Aérea americana em uma busca que se assemelhava a encontrar uma agulha em um palheiro. 

Tilley, 47 anos, se lança em missões como essa todas as noites. Desde que tinha cerca de 8 anos, ele tem sido um devoto explorador do espaço, embora ainda ligado à Terra, procurando por satélites escondidos no céu por horas a fio. 

Enquanto ele examinava o céu naquela noite há algumas semanas, ele não encontrou o que estava procurando, mas ele se deparou com algo que possivelmente seria ainda melhor: um satélite diferente, uma embarcação meteorológica que a NASA havia perdido há mais de uma década. A NASA havia procurado pela nave, que vale cerca de 150 milhões de dólares, por dois anos antes de desistir. 

Para um astrônomo amador, era um achado dos sonhos. 

“Até agora, essa foi a coisa mais importante que eu já descobri”, disse Tilley, que é engenheiro elétrico. “É uma coisa muito legal no meu mundo.” 

Tilley, que vive na província de Colúmbia Britânica, no Canadá, localizou sozinho a nave de monitoramento meteorológico IMAGE, que a NASA lançou em 2000 e perdeu contato cinco anos depois. 

No jantar, ele contou a sua esposa sobre sua descoberta. Ela disse que ele deveria avisar a NASA. 

“Eu disse, ‘bom, como eu faço isso?’”, disse Tilley. “Ela disse, ‘se você consegue encontrar um satélite no espaço, certamente consegue encontrar quem construiu ele.’” 

Assim, Tilley postou no Twitter o que havia encontrado. Ele então conseguiu alguns nomes dos cientistas que haviam trabalhado no projeto e enviou alguns e-mails. 

“Quando eu acordei, minha caixa de entrada estava cheia de e-mails de pessoas que haviam trabalhado nele no começo dos anos 2000”, disse. 

A NASA confirmou a descoberta de Tilley através da identificação de dados coletados por cientistas no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em Maryland. Agora, a agência está tentando aprender mais sobre a condição da nave IMAGE e ver se ela pode coletar novamente os dados para os quais foi programada inicialmente. 

O satélite IMAGE passando por preparativos antes no lançamento, no início de 2000Courtesy of NASA/Courtesy of NASA

“Nós estamos realmente empolgados com a possibilidade de termos o satélite de volta”, disse Patricia Reiff, que foi pesquisadora do satélite IMAGE e é professora de física e astronomia na Universidade Rice, no Texas. Ela havia trabalhado no projeto desde a sua concepção, em 1989. 

A NASA havia parado de procurar pelo IMAGE em 2007 por falta de verbas, disse Reiff, e ela não esperava que a nave fosse encontrada. O problema agora é que, pelo fato da tecnologia do IMAGE ser tão velha, a NASA precisa ser criativa em encontrar maneiras de se comunicar com o software antiquado da embarcação. 

Missão

A missão do IMAGE era coletar dados meteorológicos do espaço que poderiam afetar tecnologias como o GPS e ondas de rádio. O satélite estava realizando seu trabalho de forma eficiente até 2005, quando “morreu”. Cientistas acreditam que uma falha na bateria teria causado o desligamento do satélite. É possível que ele tenha se recarregado utilizando luz solar após estar inativo por mais de uma década e estava enviando um sinal, esperando que alguém o encontrasse. 

Este alguém foi Tilley. 

“Eles tinham desistido de procurar, e aconteceu de eu me deparar com ele”, disse. 

Tilley traça o seu interesse no espaço a um especial do programa “60 Minutes” que ele assistiu quando criança. Seu pai era um operador de rádio amador, então ele podia utilizar o equipamento de seu pai que se encontrava pela casa para brincar e explorar. 

Ele disse que seu amor pelo espaço não é motivado pelo objetivo de descobrir satélites ou outros objetos feitos pelo homem. Ele ama explorar pela jornada. Não é nada mal encontrar algo importante que um dia escapou até mesmo de cientistas brilhantes. 

“Você sente como se tivesse contribuído com algo de valor para a ciência”, disse.  

Tradução Maíra Santos.
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