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| Foto: ss/FH/SERGEI SUPINSKY

Grupos de contrabandistas, supostamente ligados à Rússia, estão operando um próspero mercado negro de materiais nucleares na Europa Oriental, muitas vezes com o objetivo de vender para extremistas islâmicos no Oriente Médio, incluindo o Estado islâmico. Autoridades que trabalham com o FBI disseram ter interrompido quatro tentativas de negociação das substâncias radioativos na Moldávia, informou a agência AP. O caso mais recente ocorreu em fevereiro, quando um criminoso ofereceu uma quantidade de césio radioativo suficiente para contaminar vários quarteirões, e estava procurando especificamente um comprador do EI.

O contrabandista, identificado como Valentin Grossu, tentou negociar o produto em troca de US$ 2,8 milhões (aproximadamente R$ 10,8 milhões), segundo a investigação. Ele pensava estar lidando com um representante do grupo jihadista, mas era um informante.

“Você pode fazer uma bomba, o que seria perfeito para o Estado islâmico”, disse o criminoso no encontro em uma boate na capital moldava. “Se você tem uma conexão com eles (os extremistas), o negócio vai ocorrer sem problemas”, disse.

Depois de 20 encontros, Grossu foi convencido de que o informante era representante do EI e os dois se encontraram para fechar o negócio, mas o criminoso terminou na cadeia.

O caso mais grave foi em 2011, quando um homem que pregava ódio contra os Estados Unidos tentou vender uma bomba de urânio para um comprador sudanês.

Não é só ele que tem como alvo o Ocidente. A agência AP constatou através de escutas telefônicas, vídeos das prisões, imagens dos materiais nucleares, documentos e entrevistas que muito dos compradores são inimigos de potências ocidentais. Essa conclusão mostra um cenário temido de que grupos com o EI e a al-Qaeda podem estar se equipando com armas de destruição em massa.

As operações envolveram uma parceria entre o FBI e um pequeno grupo de investigadores da Moldávia e duraram mais de cinco anos. Nela, informantes e policiais se passaram por gangsters para penetrar nas redes de contrabando, usando equipamentos de alta tecnologia para detectar materiais radioativos e gravadores. Mas o sucesso da ação foi prejudicado pelas dificuldade em manter os criminosos presos, com alguns deles voltando rapidamente ao mercado negro.

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