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Imagem do encontro histórico entre os líderes das Coreias, no último mês de abril. Negociações agora estão estremecidas | DivulgaçãoCorpo de Imprensa da Cúpula Inter-Coreana
Imagem do encontro histórico entre os líderes das Coreias, no último mês de abril. Negociações agora estão estremecidas| Foto: DivulgaçãoCorpo de Imprensa da Cúpula Inter-Coreana

A Coreia do Norte anunciou que irá suspender “por tempo indeterminado” a reunião com líderes da Coreia do Sul, marcada para esta quarta-feira (16). Para as autoridades de Pyongyang, os exercícios militares da Coreia do Sul com os Estados Unidos, realizados nos últimos dias, foram uma “provocação militar deliberada”.

A KCNA, a agência de notícias da Coreia do Norte, disse que os exercícios militares, que envolvem cerca de 100 aviões militares, é um flagrante desafio à Declaração de Panmunjon - o acordo assinado entre o ditador norte coreano Kim Jong-un e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in - e é uma provocação militar intencional à agenda positiva que está sendo construída na Península Coreana. 

O canal de TV britânico Sky News informou que a Coreia do Norte diz que não tem interesse em se encontrar com os EUA se a cúpula se basear em exigências unilaterais  para abandonar as armas nucleares.

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No último dia 27 de abril, as Coreias começaram, formalmente, um processo histórico de aproximação, com a abertura da primeira cúpula entre as duas nações em 11 anos. Os países estão divididos desde a Guerra da Coreia (1950-1953). 

O encontro desta quarta previa o início das negociações entre militares para a desnuclearização da região e um planejamento de convivência pacífica buscando, principalmente, unir famílias separadas desde a década de 1950. 

A decisão da Coreia do Norte também coloca em risco o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador da Coreia do Norte Kim Jong-Un, marcado para 12 de junho, em Cingapura. No último dia 12 de maio, a Coreia do Norte havia anunciado a realização de uma cerimônia para desmantelamento de seu local de testes nucleares entre 23 e 25 de maio, no que seria um evento simbólico prévio ao encontro do líder norte-coreano com o presidente dos Estados Unidos.

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“A atitude da Coreia do Norte não é uma surpresa. Elas seguem o padrão de Kim Jong-Il: aumente as expectativas de um avanço diplomático, sugira a possibilidade de cancelar a reunião e depois peça mais concessões para realizar o encontro”, disse à CNN, Anthony Ruggero, pesquisador sênior da Foundation for Defense of Democracies.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, afirmou à imprensa que Washington não foi notificada de uma mudança de posição do regime norte-coreano. “Kim Jong-un disse previamente que ele entende a necessidade e a utilidade de os Estados Unidos e a Coreia do Sul continuarem seus exercícios militares conjuntos”, disse ela.

A ameaça da Coréia do Norte de cancelar a cúpula contraduz a mensagem que o conselheiro de segurança nacional sul-coreano Chung Eui-yong levou à Casa Branca em março, quando Kim se ofereceu para se encontrar com Trump. Naquela época, a mensagem de Kim era de que a Coréia do Norte se absteria de testes nucleares ou de mísseis adicionais e entenderia "que os exercícios militares conjuntos de rotina entre a Coréia do Sul e os Estados Unidos devem continuar".

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