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Ahmet Davutoglu (esq.), o primeiro ministro turco, e o porta-voz da cúpula europeia, Donald Tusk,  durante negociações neste domingo em Bruxelas | YVES HERMAN/REUTERS
Ahmet Davutoglu (esq.), o primeiro ministro turco, e o porta-voz da cúpula europeia, Donald Tusk, durante negociações neste domingo em Bruxelas| Foto: YVES HERMAN/REUTERS

Em um acordo fechado neste domingo (29), foi confirmado que a Turquia vai ajudar a conter o fluxo de imigrantes para a Europa em troca de dinheiro, vistos e novas negociações sobre a sua adesão à UE. O primeiro-ministro turco chamou o pacto de um “novo começo” para o país entrar no bloco europeu.

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Os líderes dos 28 Estados da União Europeia se reuniram com o premiê turco, Ahmet Davutoglu, em Bruxelas, no domingo à noite, para dar sua bênção política coletiva a um acordo forjado por diplomatas ao longo das últimas semanas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou após a reunião de cúpula UE-Turquia que o bloco europeu ofereceu à Ankara 3 bilhões de euros para ajudar refugiados sírios na Turquia, em troca de ajuda turca em conter os fluxos migratórios.

Ela também disse que a UE abriria negociações de adesão com a Turquia este ano e aceleraria a isenção de visto para os turcos.

O porta-voz da cúpula europeia, Donald Tusk, confirmou que uma declaração conjunta havia sido acordada.

Ciente de que a Europa está desesperada atrás de uma solução para a crise migratória, e que isso coloca em risco o futuro de sua zona de livre tráfego na União Europeia, Ahmet fez jogo duro nas negociações.

De acordo com diplomatas, os 28 governos da UE relutaram ao longo de todo o sábado para concordar com uma oferta final.

A versão preliminar do acordo, vista pela Reuters, deixou clara a natureza da troca, envolvendo a ajuda da Turquia no estancamento do fluxo de migrantes para a União Europeia, estimado em 1,5 milhão de pessoas só neste ano, e a oferta de uma quantia em dinheiro pela UE, que também recolocaria em discussão a adesão dos turcos ao bloco.

“Os dois lados irão... com efeito imediato, aperfeiçoar sua cooperação ativa a respeito dos imigrantes... evitando a chegada deles à Turquia e à União Europeia, assegurando... a readmissão e o retorno imediato dos imigrantes que não estão sob custódia internacional para seus países de origem”, afirma a versão preliminar do documento.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, em encontro com os líderes dos 28 países do bloco europeu, afirmou a respeito das conversas em Bruxelas, que elas seriam um “novo começo” nos esforços da Turquia para se tornar um membro da União Europeia, um processo que está emperrado há dez anos.

“Hoje é um dia histórico no nosso processo de adesão à União Europeia”, disse Davutoglu aos jornalistas. “Eu sou grato a todos os líderes europeus por este novo começo”, disse.

O líder do encontro, Donald Tusk, no entanto, enfatizou que a reunião trataria primordialmente do fluxo de imigrantes para a Europa.

“Eu convoquei este encontro para decidir em primeiro lugar o que a União Europeia e a Turquia devem fazer em conjunto para lidar com a crise da imigração. Nosso objetivo principal é restringir o fluxo de imigrantes para a Europa”, disse Tusk.

Os europeus, principalmente a chanceler alemã, Angela Merkel, estão sob pressão para lidar com o maior número de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial --boa parte deles procurando a Alemanha.

A crise tem ajudado políticos populistas a crescer e acirrado as tensões entre países, que questionam as fronteiras abertas da União Europeia.

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