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Após recusarem a proposta de Franks, as funcionárias foram demitidas | Matt McClain/The Washington Post
Após recusarem a proposta de Franks, as funcionárias foram demitidas| Foto: Matt McClain/The Washington Post

O deputado americano Trent Franks, do Partido Republicano, anunciou nesta quinta-feira (7) sua renúncia depois que a Comissão de Ética da Câmara revelou que o investigava por suspeita de assédio sexual contra duas funcionárias.  

Na denúncia, as mulheres acusam o legislador de ter pedido a elas que fossem barrigas de aluguel para ele e a mulher, que tem dificuldades para engravidar, para que o casal tivesse um terceiro filho. O caso teria acontecido em 2015.  

Meses depois as duas foram demitidas pelo parlamentar. Para a comissão, Franks poderia ser punido tanto por assédio sexual como por retaliação às funcionárias por não terem aceitado as solicitações de seu chefe.  

Em nota, ele disse que "nunca intimidou fisicamente, coagiu ou tentou nenhum contato sexual com nenhum membro de sua equipe", mas reconheceu que o processo se originou de uma discussão sobre barriga de aluguel.  

O deputado afirma ter optado pela renúncia para evitar a pressão devido às denúncias para sua família. "Eu lamento profundamente que discutir esse assunto no trabalho tenha causado constrangimento", disse.  

As acusações foram reveladas em 29 de novembro ao presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan. Segundo seu gabinete, ele considerou as denúncias graves, reuniu-se com Franks e recomendou a ele que renunciasse.  

Franks deixa o cargo em 31 de janeiro, após 15 anos na Câmara. Membro do ultraconservador Caucus da Liberdade, apoia a criminalização do aborto e, quatro anos atrás, disse que a incidência de estupros que terminavam em gravidez era muito pequena.  

Ele é um grande apoiador de Donald Trump e o defendeu em temas como a reação ao protesto de jogadores de futebol americano contra a violência policial, chamando os atletas de "liliputianos arrogantes que desonram a América".  

O conservador renuncia horas depois que o senador democrata Al Franken, um dos principais críticos do presidente, anunciou sua saída do cargo também por acusações de abuso sexual  -ele foi denunciado por oito mulheres.  

Além do deputado, o próprio Trump, o ex-presidente George H. W. Bush e o candidato ao Senado pelo Alabama Roy Moore estão entre os republicanos alvos de acusações de assédio ou abuso sexual.  

As acusações se inserem na torrente de denúncias contra políticos e celebridades iniciada com o caso do produtor Harvey Weinstein.

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