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Ministro das Relações Exteriores e líder do Partido Popular da Áustria (ÖVP), de centro-direita, Sebastian Kurz, acena para apoiadores após as eleições gerais em Viena, Áustria | ROBERT JAEGER/AFP
Ministro das Relações Exteriores e líder do Partido Popular da Áustria (ÖVP), de centro-direita, Sebastian Kurz, acena para apoiadores após as eleições gerais em Viena, Áustria| Foto: ROBERT JAEGER/AFP

A Áustria inclinou-se à direita nas eleições legislativas deste domingo (15) com a vitória do conservador ÖVP (Partido Popular). Seu líder, o jovem Sebastian Kurz, 31, deve ser o próximo premiê.  Sem votos o suficiente para governar sozinho, Kurz - apelidado de "wunderwuzzi", ou "garoto-maravilha"- deve se unir à direita ultranacionalista em uma coalizão.  

Kurz é enxergado como um jovem ambicioso. Ele recebeu crédito por ter modernizado o partido tradicional. Além de criticar a migração e o islã, fez campanha por menos impostos. 

Com a grande maioria dos votos apurados no final da noite de domingo (15), a sigla do conservador vencia com 31,4% dos votos. O SPÖ (Partido Social Democrata), hoje no poder, aparecia com 26,7%.  

O ultranacionalista de direita FPÖ (Partido da Liberdade) estava em terceiro lugar com 27,4%, acima das projeções.  

ÖVP e SPÖ vinham governando juntos em uma grande coalizão, mas atritos entre ambos levaram à convocação destas eleições antecipadas. O pleito estava previsto para o ano que vem. Dessa maneira, será inevitável que o vencedor Kurz se alie à direita populista do FPÖ para ter a maioria e poder governar.  

O FPÖ foi fundado após o fim da Segunda Guerra (1939-1945) por Anton Reinthaller, que foi um membro da organização nazista SS.  

Avanço

Tanto ÖVP quanto FPÖ cresceram em relação às eleições de 2013, sinalizando os avanços da direita no país. O ÖVP havia tido 23,9% dos votos, e o FPÖ, 20,5%. O aumento está relacionado a suas campanhas centradas na aversão a migrantes e ao islã, mesma estratégia usada por ultranacionalistas de direita na França e Alemanha.  

A Áustria, com 8,7 milhões de habitantes, serviu de passagem a quase 1 milhão de refugiados rumo à Alemanha em 2015 e acolheu o equivalente a 1% de sua população em migrantes. Isso desgastou a imagem do governo social-democrata do partido SPÖ.  

Na França e na Alemanha, os partidos vencedores se recusaram a cogitar uma aliança com populistas. A chanceler conservadora alemã, Angela Merkel, disse claramente que não incluiria a AfD (Alternativa para a Alemanha) em sua coalizão.  

Os grandes partidos não fizeram tal promessa na Áustria, e devem romper o tabu. Da última vez em que o FPÖ fez parte de um governo, em 2000, Israel e a União Europeia impuseram sanções diplomáticas como resposta.  

"É nossa tarefa trabalhar com todos os outros por nosso país", Kurz disse a militantes. Já o chefe do populista FPÖ, Heinz-Christian Strache, preferiu não dar pistas de a quem vai se alinhar. "Tudo é possível", afirmou.  

Os resultados finais só devem ser divulgados durante a semana, após o cálculo das abstenções e da contagem dos votos de eleitores que estavam fora de seus distritos.  

Com informações da Associated Press.

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