• Carregando...
Leão datado do século I a.C., que ficava no jardim do Museu de Palmira, foi destruído pelo EI. | Reprodução / Wikimedia Commons
Leão datado do século I a.C., que ficava no jardim do Museu de Palmira, foi destruído pelo EI.| Foto: Reprodução / Wikimedia Commons

Os militantes do grupo radical Estado Islâmico (EI) estão saqueando sítios arqueológicos na Síria e no Iraque em escala industrial e vendendo seus tesouros a intermediários para levantar fundos, disse ontem a chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova.

Um quinto dos cerca de 10 mil sítios históricos iraquianos oficiais foram controlados e pilhados pelo EI. Irina disse que não se sabe ao certo o que está acontecendo em “milhares de outras áreas”.

150 pessoas

Foram mortas em dois dias por militantes do grupo islâmico radical Boko Haram na Nigéria. Ontem, muçulmanos que rezavam em mesquitas na cidade de Kukawa, perto do lago Chade, foram mortos a tiros. Segundo um porta-voz de uma milícia de defesa local, ao menos 97 morreram. O ataque ocorreu um dia após os extremistas terem atacado a vila de Mussaram, a 35 km de Kukawa, matando 48 homens e meninos. O Boko Haram, que atua na África, jurou lealdade ao Estado Islâmico.

Alguns sítios da Síria foram saqueados de forma tão ostensiva que já não têm mais nenhum valor para historiadores e arqueólogos. A Unesco também está cada vez mais preocupada com a Líbia, disse Irina.

O território do auto-declarado califado do EI, em regiões da Síria e do Iraque, contém alguns dos mais valiosos tesouros arqueológicos do mundo em uma região onde o antigo império assírio construiu suas cidades, o império romano transformou em uma colônia e muçulmanos e cristãos coexistiram durante séculos.

Os militantes, cuja interpretação radical do islamismo vê estátuas, imagens, tumbas e vestígios não-muçulmanos de outras civilizações como idolatria, também publicaram vídeos de si mesmos destruindo artefatos na Síria e no Iraque.

Al Qaeda reivindica ataque contra missão da ONU no Mali

A filial da rede terrorista Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) reivindicou ontem a autoria do ataque contra um comboio da missão da ONU em Minusma, no Mali, que deixou seis mortos e cinco feridos.

Leia a matéria completa

“A destruição deliberada, que estamos vendo atualmente na Síria e no Iraque, alcançou níveis inéditos na história contemporânea”, disse Irina ao Instituto Real de Serviços Unidos (Rusi) em Londres. “Esta destruição deliberada não só continua, mas está acontecendo de forma sistemática. A pilhagem de sítios arqueológicos e museus, particularmente no Iraque, chegou a uma escala industrial de destruição”.

Palmira

O EI destruiu a estátua de um leão, datada do século I a.C, que estava na entrada do Museu de Palmira, na Síria. A destruição foi confirmada pelo diretor-geral das Antiguidades e Museus da Síria, Maamún Abdelkarim.

“É a estátua mais importante que o EI destruiu até o momento na Síria, por suas dimensões e seu valor”, disse Abdelkarim. Segundo ele, a peça, que pesava 15 toneladas e media 3,5 metros de altura, foi destruída há uma semana e ficava no jardim do Museu de Palmira, perto das ruínas romanas. Na antiguidade, a figura do leão estava situada no templo de Al Lat (Atena).

Palmira é um dos seis lugares sírios incluídos na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco. Nos séculos I e II d.C., a cidade foi um dos centros culturais mais importantes do mundo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]