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Emmanuel Macron e Marine Le Pen disputarão o segundo turno das eleições francesas | JOEL SAGET/AFP
Emmanuel Macron e Marine Le Pen disputarão o segundo turno das eleições francesas| Foto: JOEL SAGET/AFP

Os franceses começaram a escolher o seu próximo presidente neste domingo (23), mas voltarão às urnas no dia 7 de maio para definir quem será o líder político pelos próximos cinco anos. Onze presidenciáveis disputavam a eleição, mas quem vai para o segundo turno são o centrista Emmanuel Macron e Marine Le Pen, candidata da extrema-direita. Veja o que cada um pensa.

Emmanuel Macron: o novato que surpreendeu

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Com apenas 39 anos de idade, Emmanuel Macron não é apenas o mais novo candidato francês em 2017: se eleito, vai se tornar também o mais jovem presidente da história da França, superando Luís Napoleão (sobrinho de Napoleão Bonaparte), que tinha 40 anos quando assumiu o cargo em 1848. Ex-ministro de Economia de François Hollande, Macron nunca concorreu a cargo político algum e enfrenta suas primeiras eleições no próximo domingo.

Apesar da pouca experiência no jogo político, é considerado um administrador competente, e teve uma ascensão rápida desde que decidiu romper com o governo e se candidatar pelo seu próprio partido, o “Em Marcha!”, que fundou em abril do ano passado. Macron aparece desde o final de janeiro como um dos dois candidatos mais citados nas pesquisas de intenções de votos, e vem liderando as pesquisas nas últimas semanas.

Centrista convicto, razão que causou seu afastamento em relação aos socialistas, Macron leva sua campanha adiante sob o slogan “nem à direita nem à esquerda”. Seu projeto de modernização da economia francesa inclui o abandono definitivo do carvão em prol de energias renováveis e a redução de impostos para grandes empresas.

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Durante seu período como Ministro da Economia, tornou-se conhecido por arquitetar a polêmica “Lei Macron”, que permitiu a abertura do comércio aos domingos e reduziu a regulamentação para setores da indústria francesa. Propõe, como presidente, continuar pressionando pela flexibilização da carga horária semanal dos empregados, que poderia superar as 35 horas atualmente previstas em lei.

Oposto a um controle migratório mais duro e crítico de Donald Trump, Macron defende a continuidade da França na União Europeia, e promete trabalhar para fortalecer o euro.

Marine Le Pen: o desafio vem agora

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Candidata mais polêmica das eleições francesas, Marine Le Pen construiu sua carreira política com um discurso fortemente nacionalista, criticado pelos opositores como xenófobo e racista. As propostas políticas de extrema-direita vêm de berço: seu pai, Jean-Marie Le Pen, fundou o partido da Frente Nacional nos anos 70 (hoje liderado por Marine), e chegou ao segundo turno das eleições presidenciais francesas de 2002.

Marine, que no passado chegou a comparar a presença de muçulmanos rezando nas ruas francesas à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, defende um rígido controle imigratório, a renegociação dos termos frente à União Europeia e a saída do país da zona do euro. Fala em realizar um “protecionismo inteligente” na França, tanto para a indústria quanto para os trabalhadores: quer reformar a legislação trabalhista de modo a priorizar a contratação de funcionários franceses, criando um imposto de até 10% sobre o salário de estrangeiros.

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Acusada de colaborar com a Rússia e receber apoio financeiro de Vladimir Putin (algo que tanto o Kremlin quanto a Frente Nacional negam), Marine viu a sede de seu partido ser invadida pela polícia francesa em fevereiro, para uma operação de busca e apreensão sob a alegação de desvio de fundos vindos da União Europeia. A candidata minimizou a busca policial e considerou uma tática de pressão do governo: “(o objetivo foi) perturbar o bom andamento da campanha e prejudicar Marine Le Pen num momento em que sua campanha cresce nas intenções de votos”, disse a Frente Nacional em nota divulgada à época.

Aos 48 anos, Marine Le Pen é creditada por ter ajudado a rejuvenescer a Frente Nacional, mas seu eleitorado ainda é atrelado àquele construído por seu pai. Assim como ocorreu com o pai, que em 2002 acabou perdendo de goleada para Jacques Chirac (que fez mais de 82% dos votos no segundo turno), o maior desafio de Marine não é superar a primeira parte das eleições, mas conquistar votos depois disso. De acordo com as pesquisas, Le Pen seria derrotada em todos os cenários mais prováveis para o segundo turno: contra o centrista Emmanuel Macron, o conservador moderado François Fillon ou o esquerdista Jean-Luc Mélenchon.

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