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O papa Francisco e o patriarca de Moscou Kirill mantiveram reunião a portas fechadas por mais de duas horas no aeroporto internacional de Havana | GREGORIO BORGIA/AFP
O papa Francisco e o patriarca de Moscou Kirill mantiveram reunião a portas fechadas por mais de duas horas no aeroporto internacional de Havana| Foto: GREGORIO BORGIA/AFP

Os líderes da Igreja Católica e da Ortodoxa Russa se encontraram nesta sexta-feira, em uma reunião que marcou um avanço em direção a uma reaproximação entre das duas igrejas após a divisão de mil anos. No encontro, os dois líderes identificaram e discutiram áreas de interesse e desafios comuns para as duas igrejas.

Conheça o patriarca ortodoxo russo Kirill, que realiza encontro histórico com papa Francisco

O patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa russa desde 2009, sempre foi um fiel aliado do Kremlin, tanto nos tempos soviéticos como durante os mandatos de Vladimir Putin.

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O papa Francisco e o patriarca de Moscou Kirill mantiveram reunião a portas fechadas por mais de duas horas no aeroporto internacional de Havana, na tarde desta sexta-feira. Este foi o primeiro encontro entre líderes das duas igrejas.

Em declaração conjunta, ambos pediram pela coexistência pacífica entre as duas comunidades e enfatizaram que uma das prioridades é encerrar o conflito entre o governo da Ucrânia e os separatistas apoiados pela Rússia. Além disso, os líderes abordaram a situação dos cristãos no Oriente Médio.

“Devemos focar primeiramente nas regiões do mundo onde os cristãos são vítimas de perseguição”, afirmaram, em nota. “Em muitos países do Oriente Médio e no norte da África, famílias, vilas e cidades de nossos irmãos e irmãs cristãos estão sendo completamente exterminados”.

O documento também aponta que as duas igrejas têm como causa comum a luta contra forças que vão contra os valores cristãos, como o consumismo, o colapso da família tradicional e o aborto.

Entretanto, logo após deixar Cuba, em sua viagem ao México, o papa Francisco pareceu minimizar elementos do documento que ele tem evitado comentar. Em entrevista em seu avião, ele reconheceu as referências da declaração à bioética e ao secularismo, mas enfatizou que “o documento não foi político ou social, mas pastoral”.

O patriarca Kirill tem um extenso registro de relações ecumênicas com a Igreja Católoca, e o papa Francisco tem laços com líderes ortodoxos desde seu tempo como arcebispo de Buenos Aires. As relações com a Igreja Ortodoxa Russa são uma prioridade por causa de seu tamanho, com mais de 150 milhões de fiéis, o que representa dois terços do total de cristãos ortodoxos no mundo.

“Tivemos uma discussão aberta e estamos conscientes de nossa responsabilidade quanto ao futuro da cristandade e da própria civilização humana”, afirmou o patriarca Kirill após o encontro.

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