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Washington, 27 jul (EFE).- A Associação de Escoteiros dos Estados Unidos suspendeu nesta segunda-feira (data local), em uma votação vencida por grande maioria, o veto que até então impedia adultos homossexuais de trabalharem como líderes de tropa na organização.

A decisão, já aprovada no início do mês por unanimidade no comitê executivo dos Escoteiros, foi submetida à votação no conselho nacional, onde foi ratificada com 79% dos votos, sendo adotada de forma definitiva e imediata.

A medida foi tomada depois de a associação ter começado a admitir adolescentes abertamente homossexuais em seus quadros em 2013. No entanto, tinha mantido até então o veto no caso de adultos, que habitualmente trabalham como guias das patrulhas.

“Manter a antiga política era insustentável e, inevitavelmente, teríamos que lidar com batalhas legais simultâneas em múltiplas jurisdições com custos exagerados”, indicou o presidente da Associação de Escoteiros e ex-secretário de Defesa dos governos de George W. Bush e Barack Obama, Robert Gates.

Apesar do fim da proibição, grupos locais de escoteiros vinculados às igrejas e organizações religiosas podem continuar limitando a entrada de homossexuais nesses cargos, já que têm autoridade para escolher seus próprios monitores.

Segundo a entidade, essa mudança “respeita o direito” desses grupos locais de “seguir escolhendo líderes adultos cujas crenças sejam consistentes com as suas”.

A fórmula escolhida procura manter o apoio dos mais conservadores, que seguem sendo, em grande parte, peças-chave na estrutura dos escoteiros americanos. Quase 70% das 110.000 grupos existentes no país são filiados às organizações religiosas.

Apesar da “concessão”, os grupos locais reagiram à decisão. A Igreja Mórmon já divulgou um comunicado no qual ameaça abandonar sua participação no movimento escoteiro.

Os porta-vozes da comunidade mórmon afirmaram que se sentiram “profundamente contrariados” pela decisão e anteciparam que “a parceria de um século com os escoteiros deverá ser revisada”.

No total, 2,7 milhões de crianças e 1 milhão de adultos são escoteiros em território americano. EFE

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