• Carregando...
 | STRINGER/AFP
| Foto: STRINGER/AFP

Dois atentados com bomba reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) deixaram pelo menos 44 mortos e dezenas de feridos em duas igrejas coptas no Egito, nos ataques mais sangrentos dos últimos anos contra a minoria cristã desse país.

Um terrorista suicida lançou um ataque contra uma igreja da Alexandria (norte), no qual 17 pessoas morreram e 48 ficaram feridas, segundo um último balanço atualizado do Ministério da Saúde.

O indivíduo, que transportava um cinturão de explosivos, detonou sua carga depois que a polícia o impediu de entrar na igreja de São Marcos, indicou o ministério do Interior. O papa copta Teodoro II, que havia acompanhado as celebrações de Domingo de Ramos na manhã deste domingo naquele local, abandonou o templo antes da explosão, informou seu secretário pessoal.

A direita alemã atacou a mídia. Agora os alemães confiam na imprensa mais do que nunca

Leia a matéria completa

Horas antes, um primeiro atentado deixou 27 mortos e 78 feridos na igreja Mar Girgis de Tanta, 120 km ao norte do Cairo, no delta do Nilo. “A explosão foi registrada nas primeiras fileiras, perto do altar durante a missa”, indicou à AFP o general Tarek Atiya, adjunto do ministro do Interior encarregado das relações com a imprensa.

Imagens divulgadas pela rede de televisão privada Extra News mostravam o chão e as paredes brancas da igreja cobertos de sangue, assim como bancos de madeira destruídos.

O EI reivindicou os dois atentados no início da tarde, meses depois de seu braço sírio convocar o ataque aos “infiéis, ou apóstatas, no Egito e em toda parte”, uma forma de se referir à comunidade copta. ‘Profundo pesar’ do PapaAs explosões deste domingo ocorreram alguns dias antes de uma visita do papa ao Egito, que acontece em 28 e 29 de abril.

“Ao meu querido irmão, sua santidade o papa Teodoro II, à igreja copta e a toda a querida nação egípcia expresso meu profundo pesar”, declarou o papa Francisco durante a oração do Ângelus após saber do ocorrido.

Poucas horas depois dos atentados, o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, pediu que o Exército mobilize suas forças para proteger as “infraestruturas vitais” do país. Seu primeiro-ministro, Sherif Islamil, insistiu, por sua vez, na “determinação do Estado para erradicar semelhantes atos terroristas e eliminar o terrorismo pela raiz”.

Em sua conta no Twitter, o presidente americano, Donald Trump, condenou o atentado. Já o Conselho de Segurança das Nações Unidas classificou os ataques de “odiosos” e “covardes”. Em um comunicado, o Conselho pediu a todos os Estados-membros que cooperem com o governo egípcio para levar os autores dos ataques à Justiça.

Os membros do corpo executivo da ONU “expressaram sua profunda simpatia e condolências para com as famílias das vítimas e para com o governo do Egito e desejam uma rápida e completa recuperação dos que ficaram feridos”, de acordo com um comunicado divulgado pelo órgão.

Ainda segundo o texto, “os membros do Conselho de Segurança reafirmam que o terrorismo, em todas as suas formas e manifestações, constitui uma das mais sérias ameaças para a paz e a segurança internacional”.

Al-Azhar, a prestigiada instituição do Islã sunita com sede no Cairo, também condenou a agressão. “O objetivo deste covarde ataque terrorista é atentar contra a segurança e a estabilidade do nosso Egito, e contra a unidade do povo egípcio, o que exige que todos os integrantes da sociedade permaneçam unidos”, ressaltou. Em 11 de dezembro, um suicida do EI matou 29 pessoas na igreja copta de São Pedro e São Paulo no Cairo.

Com o atentado do Cairo, multiplicaram-se os apelos para endurecer a luta contra o movimento extremista no Egito - sobretudo, no Sinai, onde realizou uma série de ataques sangrentos contra as forças de segurança.

Em 2 de abril, o Exército egípcio anunciou que havia matado em um bombardeio Abu Anas al Ansari, um dos membros fundadores do braço local do EI, Ansar Beit al-Maqdes.

Este grupo havia reivindicado um atentado com bomba contra um avião russo que caiu em 31 de outubro de 2015, com 224 pessoas a bordo, depois de decolar do balneário egípcio de Sharm el-Sheikh.

Os coptas ortodoxos do Egito representam a comunidade cristã mais numerosa do Oriente Médio e uma das mais antigas. Seus membros dizem ser vítimas de discriminações em todo o país por parte das autoridades e da maioria muçulmana.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]