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O Departamento de Defesa dos EUA anunciou nesta quinta-feira (23) uma nova estratégia de segurança cibernética, na primeira menção pública aos planos do governo norte-americano de usar armas cibernéticas em conflitos contra inimigos.

O documento, de 33 páginas, afirma que o Pentágono “poderá usar operações cibernéticas para atingir as redes de comando e controle, infraestrutura militar e as capacidades de armamento de seus adversários”.

Para exemplificar as ameaças que rondam o país, o secretário de Defesa, Ashton Carter, revelou nesta quinta, em discurso na Universidade de Stanford, na Califórnia, que hackers russos conseguiram acessar materiais não confidenciais na rede do Pentágono neste ano.

A brecha, no entanto, foi identificada e corrigida em 24 horas, afirmou. De acordo com Carter, a reação rápida mostra que o departamento está se movendo na direção certa. “Mas eu ainda me preocupo com o que não sabemos, porque esse foi só um ataque”, disse.

A estratégia cibernética, anunciada por Carter durante o discurso, é parte de um esforço da administração do presidente Barack Obama para ser mais transparente sobre o uso pelos EUA de ferramentas ofensivas para evitar e deter ataques.

“Acredito que seja útil para os EUA que o mundo saiba, em primeiro lugar, que vamos nos proteger, nos defender”, disse Carter durante a viagem à Califórnia.

O governo decidiu lançar a estratégia no Estado, que abriga o Vale do Silício, na tentativa de melhorar a relação com as grandes empresas de tecnologia e buscar sua ajuda no desenvolvimento de novas ferramentas.

Companhias como Google e Facebook ainda se ressentem por ter tido sua imagem prejudicada pelas revelações sobre o programa de espionagem do governo feitas por Edward Snowden, ex-funcionário da NSA, em 2013.

O secretário de Defesa admitiu que, após a divulgação das informações, parte de seu trabalho será deixar claro para essas empresas que eles compartilham os melhores interesses e valores do governo. “Eles estão desconfiados? Sem dúvida”, disse Carter.

Principais ameaças

O documento divulgado nesta quinta pela Defesa americana afirma que o diretor de Inteligência Nacional nomeou a ameaça cibernética como a mais importante entre 2013 e 2015, deixando o terrorismo em segundo lugar pela primeira vez desde os atentados do 11 de Setembro de 2001.

“Potenciais adversários investiram significativamente em ferramentas cibernéticas, já que elas fornecem a eles a possibilidade de atacar os interesses dos EUA de forma viável e potencialmente negável”, diz o texto, citando a Rússia e a China como exemplos.

O Departamento de Defesa afirma ainda que, além das ameaças de Estado, grupos como a facção radical Estado Islâmico usam o espaço cibernético para recrutar integrantes e disseminar propaganda.

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