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| Foto: EIS/AC/MSF/JOHANNES EISELE

A linguagem foi um dos maiores trunfos dos seres humanos ao longo da História. A capacidade de organizar os sons formando diversas palavras era um privilégio do homem até agora. No entanto, um estudo publicado na PLoS Biology revelou a existência de pássaros que também agrupam fonemas para se comunicar. É a primeira vez que essa capacidade é identificada em um animal não humano.

Os cientistas observaram que a ave “Tagarela de boné marrom”, encontrada no sudeste da Austrália, organiza duas notas diferentes para transmitir “orientações” uns aos outros. Os pássaros costumam fazer “uma chamada de voo” agrupando os fonemas em “AB”. Quando vão alimentar os filhotes no ninho, os tagarelas organizam o som de outra forma: “BAB”.

De acordo com os pesquisadores, A e B são fonemas originalmente sem sentido que são agrupados pelos pássaros para transmitir mensagens.

“Essa é a primeira vez que a capacidade de gerar um novo significado a partir do rearranjo de elementos sem sentido tem sido identificada em outros animas que não nos humanos. Embora a estrutura da chama seja muito simples, pode ajudar a entender como a habilidade de gerar novos significados evoluiu nos humanos” afirmou o pesquisador Andy Russel.

No experimento utilizado para constatar a descoberta, os cientistas submeteram animais em cativeiro a um teste no qual os animais presos recebiam uma “chamada de voo”, com os fonemas “AB”, e a uma mensagem de alerta.

No momento da chamada de voo, os pássaros ficaram inquietos e olharam para fota do aviário, esperando outro pássaro. Quando o elemento “B” é jogado isoladamente, o som não causa nenhum tipo de comportamento.

“Juntos, esses resultados confirmam que duas chamadas são distintas e possuem códigos perceptíveis, um contexto específico de informação”, explicou o especialista.

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