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Em 2016, Coreia do Norte testou mísseis logo após exercício conjunto entre Estados Unidos e Coreia do Sul. | AFP photo/KCNA via KNS
Em 2016, Coreia do Norte testou mísseis logo após exercício conjunto entre Estados Unidos e Coreia do Sul.| Foto: AFP photo/KCNA via KNS

Um novo ciclo de escalada nas tensões deve começar nesta semana na Península Coreana, já que os Estados Unidos e a Coreia do Sul iniciam nesta segunda-feira seus exercícios militares anuais, que têm um histórico de enfurecer o regime norte-coreano.

Planejados há tempos, os exercícios ocorrem em um momento delicado, após semanas de retórica beligerante entre Washington e Pyongyang que gerou o temor de uma catástrofe. No que muitos viram como uma redução nas tensões na última semana, o ditador Kim Jong-un disse que iria conter seus planos por ora, antes de decidir se leva adiante uma ameaça de disparar mísseis na direção do território americano de Guam, no Pacífico.

Os exercícios militares devem durar dez dias, entre 21 e 31 de agosto, e serão um teste sobre o comportamento da Coreia do Norte. Autoridades americanas dizem que a operação tem como objetivo garantir a prontidão ante um possível ataque norte-coreano. Pyongyang, porém, a caracteriza como o preparo para uma invasão.

Os exercícios envolvem cerca de 17,5 mil militares americanos, entre eles cerca de 3 mil que atuam fora da Península Coreana. Importantes unidades das Forças Armadas sul-coreanas também participam, junto com forças de sete países, entre eles Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido.

As manobras militares devem ser similares em escala às do ano passado, segundo Seul. Ainda assim, analistas esperam que a Coreia do Norte reaja duramente, particularmente se os EUA enviarem, por exemplo, porta-aviões ou bombardeiros B-1B. No ano passado, Pyongyang realizou seu quinto teste nuclear após os exercícios militares sul-coreanos e americanos. A China, principal aliado da Coreia do Norte, tem pedido que não se realizem mais esses exercícios militares anuais.

A tensão geopolítica aumentou nas últimas semanas, após a Coreia do Norte testar seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais em julho. Em resposta, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impôs novas sanções contra Pyongyang.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez ameaças, respondidas de maneira igualmente dura pelo regime norte-coreano. Segundo o analista Chun Yung-woo, do centro de estudos Peninsula Future Forum, a Coreia do Norte deve considerar os exercícios militares como mais ameaçadores que a retórica belicosa de Trump. “Kim Jong-un não acredita que Trump fale sério quando comenta sobre a opção militar”, afirmou Chun, ex-negociador nuclear da Coreia do Sul. “A Coreia do Norte julgará as intenções dos EUA pelas suas ações, não por palavras vazias.”

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