• Carregando...

O governo dos Estados Unidos disse nesta sexta-feira (17) que não reconhece o "asilo diplomático" que o Equador concedeu ao australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks refugiado na embaixada equatoriana em Londres. "Os Estados Unidos não integram a Convenção de 1954 da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre asilo diplomático e não reconhecem o conceito de asilo diplomático como uma questão do direito internacional", destaca o departamento de Estado.

O Equador anunciou na quinta-feira (16) a concessão de asilo diplomático a Assange por considerar que existem riscos para sua integridade e sua vida em consequência das revelações feitas no site Wikileaks. Quito aceitou os argumentos de Assange, que denuncia uma perseguição política de vários países, principalmente dos Estados Unidos, devido à divulgação de centenas de milhares de comunicados diplomáticos e documentos de Washington sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.

O fundador do site WikiLeaks entrou na embaixada do Equador em Londres no dia 19 de junho, depois de esgotar todas as opções legais contra um pedido de extradição à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, o que ele nega. "A convenção sobre asilo diplomático" da OEA de 29 de dezembro de 1954 estipula que o 'asilo é concedido em missões diplomáticas (...) a pessoas perseguidas por razões políticas', exceto aquelas "acusadas ou julgadas por crimes comuns", afirmou o departamento americano de Estado.

"Acreditamos que trata-se de um assunto bilateral entre Equador e Grã-Bretanha e que a OEA não tem qualquer papel nesta questão".

A OEA decidiu nesta sexta-feira (17)convocar a reunião de chanceleres, solicitada por Quito, para discutir a situação gerada pelo asilo diplomático concedido a Assange. O encontro será no dia 24 de agosto. O pedido de reunião extraordinária foi realizado após o anúncio do governo britânico de que não permitirá a saída do país de Assange, refugiado na sede diplomática equatoriana em Londres.

Apesar de Washington não aderir à Convenção de 1954, já utilizou várias vezes a imunidade em suas missões diplomáticas para proteger militantes em países considerados não democráticos, como a China.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]