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O governo dos Estados Unidos se declarou “preocupado” por sentenças como a imposta pelo Tribunal Penal do Cairo ao deposto presidente egípcio Mohammed Mursi, que foi condenado a 20 anos de prisão.

“Os EUA estão preocupados com estas sentenças. Todos os egípcios, independentemente de sua afiliação política, têm direito a um tratamento equitativo e justo perante a lei”, afirmou nesta terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária.

Earnest não quis fazer mais avaliações da sentença à espera da “revisão do veredicto”.

No entanto, o porta-voz afirmou que “o senhor Mursi, como qualquer outro acusado, deve ter a seu alcance o direito legal básico do julgamento justo”, e ressaltou que os EUA “continuam se opondo às detenções e prisões politizadas”.

Earnest acrescentou que seu país seguirá abordando com o governo egípcio “assuntos de reforma política e direitos humanos”, que constituem “prioridades bilaterais” para os EUA.

Em termos parecidos se manifestou a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, que reiterou o direito de todos os egípcios a um “tratamento justo perante a lei”.

Apesar dessas preocupações, no último dia 31 de março, o presidente Barack Obama informou o presidente egípcio, Abdul Fatah ao Sisi, de sua decisão de suspender o bloqueio da ajuda militar americana vigente desde outubro de 2013, uma assistência que ascende a US$ 1,3 bilhão anuais.

Obama reiterou a Sisi as inquietações do governo americano sobre a detenção de ativistas não violentos e a realização de julgamentos maciços no país, e pediu maior respeito pela liberdade de expressão e de reunião.

A cooperação militar entre os países havia esfriado após o golpe de Estado que derrubou o então presidente Mursi em julho de 2013.

O Tribunal Penal do Cairo condenou hoje o governante deposto a 20 anos de prisão por reprimir violentamente os protestos ocorridos em frente ao palácio presidencial de Itihadiya em dezembro de 2012, que causaram a morte de vários manifestantes.

O ex-mandatário, dirigente da Irmandade Muçulmana e preso na prisão de Burg al Arab, no nordeste do Egito, negou as acusações nas audiências anteriores e sempre destacou que continua sendo o “presidente legítimo” do Egito.

Desde a derrocada de Mursi, as autoridades perseguiram os simpatizantes, integrantes e líderes da Irmandade Muçulmana, que foi declarada um grupo terrorista em dezembro de 2013.

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