• Carregando...
Navios encontram-se em ótimo estado de conservação devido a ausência de luz e oxigênio na área explorada. | University of Southampton
/Rodrigo Pacheco-Ruiz
Navios encontram-se em ótimo estado de conservação devido a ausência de luz e oxigênio na área explorada.| Foto: University of Southampton /Rodrigo Pacheco-Ruiz

Nas profundezas do Mar Negro descansa uma paisagem repleta de escuridão, que, por muito tempo, arqueólogos acreditaram abrigar inúmeros navios naufragados. E uma expedição de mergulhadores acaba de provar que eles estavam certos: cerca de 40 embarcações dos períodos dos Impérios Otomano e Bizantino foram encontrados por exploradores da região. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

A expedição vasculhou as águas do Mar Negro, situado entre o Leste Europeu e a Ásia Ocidental, a uma profundidade de até 1800 metros, utilizando um navio off-shore com alguns dos equipamentos submarinos mais avançados do mundo.

Veja imagens dos navios encontrados pela expedição

Ponto vermelho no mapa marca local do Mar Negro, onde os navios foram encontrados.Reprodução/Google Maps

Chamado de Projeto Marítimo Arqueológico do Mar Negro (Black Sea MAP), o projeto envolve um time internacional guiado pelo Centro de Arqueologia Marítima da Universidade de Southampton, no Reino Unido. A equipe conseguiu encontrar os navios quase intactos devido à ausência de luz e oxigênio na área analisada. Isso fez com que os micro-organismos - que normalmente corroeriam as embarcações - não conseguissem sobreviver, deixando-as em ótimo estado até hoje.

Entre os destroços encontram-se navios dos Impérios Otomano e Bizantino, que podem fornecer novas informações sobre as sociedades da costa do Mar Negro. Muitas das atividades coloniais e comerciais das antigas Grécia e Roma, eram centrada na região.

De acordo com o Daily Mail, depois de 1453, quando os turcos otomanos ocuparam Constantinopla (e mudaram o nome da cidade para Istambul), o Mar Negro foi praticamente fechado para o comércio exterior. Quase 400 anos depois, em 1856, o Tratado de Paris reabriu mar para o comércio de todas as nações.

Chefe do programa, o professor Jon Adams explicou ao jornal: “Os destroços dos navios são um bônus da nossa pesquisa, uma descoberta fascinante, encontrado durante as explorações geofísicas que realizamos”.

Foco na geografia

Segundo o Daily Mail, o professor Adams esclarece que “o foco principal do projeto é realizar levantamentos geográficos para detectar superfícies terrestres enterradas abaixo do leito do mar atual”. Para isso, a equipe irá recolher amostras do local, caracterizá-las e datá-las, reconstruindo a pré-história do Mar Negro.

A bordo do navio Stril Explorer, os pesquisadores utilizam dois veículos submarinos operados remotamente (ROV). Um deles consegue captar imagens de alta resolução, em 3D, enquanto o outro possui velocidade quatro vezes maior do que a média de veículos similares. Dessa maneia, o segundo - chamado de Surveyor Interceptor - pode carregar luzes e instrumentos geofísicos, enquanto o primeiro faz os registros.

Desde o início do projeto, Surveyor Interceptor estabeleceu novos recordes de profundidade, atingindo 1.800 metros, e de velocidade, chegando a 11 quilômetros por hora.

Colaborou: Cecília Tümler

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]