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Operários chegam a mina de carvão para auxiliar no resgate dos soterrados | Baz Ratner/Reuters
Operários chegam a mina de carvão para auxiliar no resgate dos soterrados| Foto: Baz Ratner/Reuters

Uma explosão em uma mina de carvão em Donetsk, no Leste da Ucrânia, nesta quarta-feira (4), deixou dezenas de trabalhadores soterrados. Acredita-se que 32 deles tenham morrido e que 14 tenham ficado feridos no acidente, ocorrido numa região controlada por separatistas. O governo central do país, em Kiev, denunciou que separatistas não deixam suas equipes de resgate chegarem ao local. Pelo menos cinco corpos já foram retirados. Não se sabe o que originou o acidente, mas teria havido uma mistura explosiva de gases.

As autoridades locais disseram que pelo menos 160 pessoas trabalhavam na hora. Um trabalhador da mina contou que muitas ainda presas no subsolo. “Uma terrível tragédia aconteceu na mina de Zasyadko. Há vítimas, atualmente 32”, disse o presidente do Parlamento ucraniano, Volodymyr Groisman, que pediu aos deputados um minuto de silêncio.

Familiares de mineiros aguardam notíciasBaz Ratner/Reuters

As autoridades separatistas, no entanto, informaram apenas que houve uma morte, enquanto mineiros falavam em cinco corpos. Perguntado sobre as chances de os soterrados ainda estarem vivos, uma médico no local respondeu: “São cada vez menores porque o metano, o ar quente, queima nos canais de ventilação.

Dois ônibus foram enviados ao local para a possibilidade de terem que remover corpos. Parentes dos mineiros se reuniam diante da mina em busca de informações. “Diga! Há sobreviventes?”, perguntava, desesperada, a irmã de um dos mineiros, ao serviço de resgate. O chefe de um serviço de segurança de mineração local, Vladimir Tsymbalenko, disse que gases tóxicos liberados pela explosão estavam sendo removidos para limpar o caminho das equipes de resgate para chegar ao centro do acidente.

Em Kiev, o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk, disse ter enviado uma equipe ao local, mas que “terroristas russos não a deixou ter acesso ao local do acidente” — usando um termo frequentemente mencionado pelo governo para se referir aos separatistas.

A mina tem um histórico de acidentes, com mais de 200 mortes nos últimos anos. Em 2007, explosões mataram 106 pessoas. Um cemitério próximo reúne os túmulos dos mineiros. “Quando tem um acidente, nós os enterramos ali”, indicou o chefe de segurança. “O carvão nos custa caro.”

Pelo menos 6 mil pessoas foram mortas durante o conflito entre rebeldes separatistas e a Ucrânia, segundo a ONU. O chefe do Ministério de Situações de Emergências da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), Alexei Kudenko, não pôde confirmar a informação oferecida por Kiev. “Não sabemos nada sobre os 30 mortos e não podemos confirmar essa informação”, disse Kudenko à agência russa Interfax. Durante a madrugada de hoje, as autoridades rebeldes chegaram a informar que uma pessoa tinha morrido, 14 estavam feridas e 74 operários tinham ficado soterrados após a explosão em uma das minas mais importantes da Ucrânia, inaugurada em 1958, no período soviético.

Pouco depois, o líder do Sindicato Independente de Mineradores da Ucrânia, Mikhail Volinets, informou à agência russa RIA Novosti que a explosão aconteceu às 5h20 locais (0h20 de Brasília) e que não tinha nenhuma informação sobre o estado de saúde dos operários. Acrescentou que os serviços de emergências conseguiram resgatar do local do acidente cinco trabalhadores com queimaduras de vários graus.

A mina Zasiadko tem um longo histórico de acidentes. O maior deles foi registrado no dia 18 de novembro de 2007, quando 101 trabalhadores morreram. As minas de carvão ucranianas, especialmente as da bacia da região de Donetsk, figuram entre as mais perigosas do mundo, pois com dezenas de acidentes todos os anos. A cidade de Donetsk e grande parte de toda a região da bacia carbonífera do leste da Ucrânia é cenário de um conflito armado entre as forças de Kiev e os separatistas desde abril do ano passado.

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