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Amigos e familiares carregam o jovem Otto Warmbier durante o enterro dele, no dia 21 de junho de 2017 | BILL PUGLIANO/
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Amigos e familiares carregam o jovem Otto Warmbier durante o enterro dele, no dia 21 de junho de 2017| Foto: BILL PUGLIANO/ AFP

Os pais de Otto Warmbier – um estudante da Universidade da Virgínia que ficou detido na Coreia do Norte por quase um ano e meio e morreu após retornar em coma para seu país – atacaram Pyongyang durante a primeira entrevista que deram desde a morte do filho em junho. Fred e Cindy Warmbier apareceram na “Fox & Friends” nessa terça-feira (26) pela manhã, dizendo que tiveram tempo nesses últimos três meses para fazer algo que amenizasse a dor desde que enterraram o filho. 

“Mas agora nós sabemos que a Coreia do Norte está alegando ser vítima e que está sendo importunada pelo resto do mundo. Por isso estamos aqui para lhe dizer: A Coreia do Norte não é uma vítima. Eles são terroristas”, disse Fred Warmbier. “Eles sequestraram Otto, o torturaram e foi intencional. Eles não são vítimas”, frisou. 

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Warmbier foi preso em janeiro de 2016 durante o fim de uma viagem turística ao país isolado. Ele havia sido repatriado estava sendo tratado no Centro Médico da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, quando morreu aos 22 anos. 

“Infelizmente, as horríveis torturas e maus-tratos que nosso filho recebeu das mãos dos norte-coreanos nos fazem ter certeza: não poderia haver outro resultado se não a triste experiência pela qual passamos”, disseram os Warmbiers em uma declaração escrita após a morte do filho. Na terça, eles compartilharam o choque e a tristeza que sentiram quando encontrarem Otto em coma no aeroporto. 

“Nossa lembrança de Otto, como vocês sabem, é de alguém simplesmente incrível, lindo por dentro e por fora. Mas ver a maneira como ele voltou para casa foi muito para nós”, relatou a mãe, Cindy Warmbier. “Apesar de quase desmaiar, eu consegui seguir com ele na ambulância, porque eu não queria mais que ele estivesse sozinho. Ele já tinha ficado só por muito tempo. Então fiquei e demonstrei a ele meu amor o máximo que pude”, pontuou. 

“Nós não estávamos preparados para o que iria acontecer, e quando vimos a situação dele, nos sentimos orgulhosos – mas nenhuma mãe ou pai deveriam passar pelo que estávamos passando”, observou a mãe do rapaz. “E o fato de que ele estava sozinho, em todo o tempo, sem ninguém para confortá-lo, é inaceitável. O que aconteceu – quero dizer, por que eles fizeram isso?”. 

Cindy acrescentou que sentiu que Otto só havia sido mandado para casa porque estava prestes a morrer. 

‘Incentivo ao terror’

Fred Warmbier reiterou que a Coreia do Norte deveria ser listada como patrocinadora do terrorismo. “Foi surpreendente para nós descobrir que a Coreia do Norte ainda não é classificada como um país que incentiva o terror”, ele disse. “Nós pedimos ao mundo para que os classifiquem assim”. 

O Departamento do Estado americano “advertiu seriamente” os cidadãos dos EUA para que não viajem para a Coreia do Norte, “devido ao sério e crescente risco de prisão e detenção a longo prazo de cidadãos dos EUA”. 

Logo após a entrevista ir ao ar na “Fox & Friends”, o presidente Donald Trump deixou claro que esteve assistindo ao depoimento. “Ótima entrevista na @foxandfriends com os pais do garoto Otto Warmbier: 1994 – 2017. Otto foi torturado além do concebível pela Coreia do Norte”, publicou o presidente no Twitter.

Tradução de Isabelle Barone
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