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Marcha por Nossas Vidas está programada para ocorrer em 837 cidades dos EUA e de quase 40 países. | ERIC BARADAT/AFP
Marcha por Nossas Vidas está programada para ocorrer em 837 cidades dos EUA e de quase 40 países.| Foto: ERIC BARADAT/AFP

Centenas de pessoas nos arredores de Washington já sabiam há semanas a programação para a noite da última sexta: uma festa do cartaz.

Foi o esquenta oficial para a manifestação pelo controle de armas nos Estados Unidos, que vai ocorrer neste sábado (24), a partir das 13h de Brasília.

Por toda a cidade, grupos de estudantes, pais e ativistas organizaram pequenas reuniões para desenhar e escrever em cartolinas a serem levadas ao protesto -que pretende reunir 500 mil pessoas na capital americana, e outras milhares em marchas paralelas pelo país.

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O movimento é liderado por estudantes e sobreviventes do ataque numa escola da Flórida, em fevereiro, em que morreram 17 pessoas. Todos têm entre 14 e 17 anos, e pedem o banimento da venda de fuzis automáticos e o aprimoramento da checagem de antecedentes para compradores, entre outras medidas.

“Nós somos a geração que vai acabar com essa violência, porque não aguentamos mais”, disse à reportagem o estudante Quincy DuBois, 15, que se reuniu com outras 15 pessoas em uma casa próxima a Washington.

Ao lado do pai e da mãe, que também irão ao protesto, ele desenhava com canetinha a frase que escolheu para seu cartaz: “Apenas parem de nos matar”. DuBois tinha cinco anos quando começou a receber os primeiros treinamentos contra ataques a tiros na escola.

Em inglês, o procedimento é chamado de “lockdown”, ou confinamento: trancam-se as portas das salas de aula, abaixam-se as cortinas e os alunos se recolhem embaixo das carteiras ou num canto o mais distante possível da porta. “Eles nos falavam que era para quando um ‘homem mau’ entrasse na escola”, lembra

FUZIS

Na mesma festa, o estudante Colton Hoynoski, 17, desenhou um fuzil automático sob um sinal de proibido em sua cartolina -do mesmo tipo que foi usado no massacre na Flórida. “A principal medida é proibir esse tipo de arma”, afirmou. Morador da zona rural no interior da Virgínia, ele é um dos poucos que defende restrições à posse de armamentos em sua escola.

Quando perguntava aos colegas se iriam à marcha, respondiam: “Que marcha?”. A família de Hoynoski tem armas em casa. Seu pai é militar e sua mãe costumava caçar, além de se defender de ursos e outros animais -assim como outros moradores da região. “Eu acho que proibir totalmente as armas não funcionaria totalmente no nosso país”, diz o estudante. “Mas é preciso fazer algo.”

A mãe de Colton, Kelly Hoynoski, 54, é funcionária da escola -e consegue ver a porta de entrada do colégio de sua mesa. “Eu tenho medo todos os dias, e todos os dias eu penso onde me esconderia e como iria salvar os alunos se alguém armado entrasse por ali”, contou, às lágrimas.

“É apavorante, porque é uma possibilidade real.” Todos irão em família à marcha, que começa às 13h de Brasília. Em São Paulo, um grupo de americanos programou um protesto paralelo às 10h, em frente ao consulado dos EUA.

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