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Universidade da Flórida deve receber supremacista branco nos próximos dias | Reprodução
Universidade da Flórida deve receber supremacista branco nos próximos dias| Foto: Reprodução

O governador da Flórida, Rick Scott, declarou estado de emergência nesta segunda-feira (16) em antecipação a um discurso do nacionalista branco Richard Spencer. O pronunciamento de Spencer está previsto para ocorrer na Universidade da Flórida nesta quinta-feira (19). Scott advertiu que uma "ameaça de uma potencial emergência é iminente" no condado de Alachua, na Flórida, onde a universidade pública está localizada.  

A declaração tem como objetivo ajudar as agências locais de segurança durante o discurso, disse o governador em uma coletiva de imprensa. Funcionários da Universidade da Flórida afirmaram na tarde de segunda-feira que o pedido não foi feito em resposta a qualquer ameaça específica.

Spencer liderou centenas de supremacistas brancos, nacionalistas brancos e outros durante a manifestação em que gritaram: "você não nos substituirá" e "os judeus não nos substituirão" na Universidade da Virgínia, em Charlottesville, em agosto. O grupo entrou em confronto com outras pessoas que estavam no local e que eram contra a manifestação. No dia seguinte, a violência piorou quando um homem dirigiu seu carro em direção a uma multidão de pessoas que manifestavam, matando uma mulher e deixando outros feridos.  

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Um estado de emergência foi declarado na Virgínia após essa violência.  

Nos dias seguintes, a Universidade da Flórida disse a Spencer que não poderia realizar o evento planejado para acontecer no campus. No entanto, depois que seus apoiadores e um advogado questionaram essa decisão em argumentos da Primeira Emenda, a universidade permitiu que Spencer faça o discurso. 

Funcionários da Universidade realizaram o planejamento financeiro para o evento e disseram que pretendem gastar ao menos US$ 500 mil em segurança.  

A ordem executiva do governador permitirá que funcionários locais responsáveis pela segurança trabalhem com agências estatais. Scott também está ativando a Guarda Nacional da Flórida para ajudar, se necessário. 

 "Isso me preocupa. Não entendi", disse Spencer sobre o pedido de Scott. "Espero que ele esteja fazendo isso com boas intenções".  Spencer disse que o pedido não mudará seus planos. "Eu vou fazer o discurso", afirmou. "Meu povo está em contato constante com a segurança. Estamos avançando de boa fé". Spencer disse que seus seguidores não irão instigar a violência. Se ocorrerem protestos, ele disse, será porque outro grupo começou.

"São esses grupos antifa", disse Spencer, referindo-se ao movimento antifascista. "Eles são bandidos. Pessoas desagradáveis”.

A Universidade da Virgínia não estava bem preparada para a marcha em seu campus, de acordo com um relatório divulgado pela instituição no mês passado.  

Scott disse em uma declaração que ele estava em contato constante com o xerife do condado de Alachua, que pediu ordem para assegurar que as agências locais de segurança disponham de todos os recursos disponíveis.  

O governador chamou a medida de um passo adicional para garantir que a Universidade da Flórida e Gainesville estejam preparadas e que a segurança seja mantida.  "Vivemos em um país onde todos têm o direito de expressar sua opinião", disse Scott. "No entanto, temos zero tolerância à violência e a segurança pública é sempre nossa prioridade número um".  

O xerife do condado de Alachua, Sadie Darnell, disse que a declaração foi por causa da incerteza em torno do que as forças policiais podem enfrentar no dia.  Darnell e o governador conversaram várias vezes durante o fim de semana. "Nós concordamos que isso ajudaria muito", afirmou Darnell.  

Isso inclui permitir a compra de mais equipamentos rapidamente. Darnell contou que quer obter mais rádios para que todas as agências envolvidas - desde a polícia do campus à Guarda Nacional da Flórida - possam se comunicar.  

"Devemos examinar o que aconteceu em Charlottesville e Berkeley", disse Darnell, referindo-se a eventos na Virgínia e na Universidade da Califórnia em Berkeley. "Não estamos sendo alarmistas. Mas queremos estar preparados".

Tradução Isabelle Barone
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