• Carregando...
Medida precisa ser aprovada pelo Parlamento, de maioria da chanceler Angela Merkel | FABRIZIO BENSCH/REUTERS
Medida precisa ser aprovada pelo Parlamento, de maioria da chanceler Angela Merkel| Foto: FABRIZIO BENSCH/REUTERS

O gabinete da Alemanha aprovou nesta terça-feira (1º) uma missão planejada para combater o Estado Islâmico na Síria, respondendo ao apelo do presidente da França, François Hollande, para uma escalada do esforço militar internacional contra os militantes islâmicos.

A Alemanha vai enviar até 1.200 soldados e aviões de reconhecimento para a Síria para ajudar na luta contra o Estado Islâmico, disse o governo em um comunicado à imprensa.

O movimento destaca como os ataques em Paris, que mataram 130 pessoas no mês passado, forçaram uma das nações menos militaristas da Europa a reconsiderar a sua participação militar.

A Alemanha tem fornecido armas e treinamento militar para combatentes curdos no Iraque, mas agora está intensificando seus esforços através do envio de tropas e aviões de reconhecimento.

Entenda as ofensivas ao Estado Islâmico na Síria

O grupo terrorista Estado Islâmico, formado por muçulmanos de uma vertente fanática que prega a luta armada, ocupa áreas no Iraque e na Síria. E é em território sírio, região que passa por uma guerra civil, que a situação é mais complicada. Isso porque existem duas frentes de combate.

A primeira delas é liderada pelos Estados Unidos e França. Essa coalizão realiza bombardeios em alvos do EI na Síria (usando bases aéreas de países aliados, como a Turquia). Norte-americanos e franceses querem a saída do líder sírio Bashar al-Assad do poder, como medida de resolução do conflito.

Por outro lado, há uma coalizão de Rússia e Irã, que também bombardeia alvos do EI. Mas não só eles. Atacam também opositores de Assad, pois querem a permanência do ditador no poder.

Alemanha e Reino Unido devem se juntar ao primeiro grupo.

Na semana passada, Hollande viajou para diversos países em busca do que ele chamou de “uma grande e única coalizão” contra o Estado Islâmico, em reuniões com líderes dos EUA, Reino Unido, Alemanha e Rússia.

O Parlamento alemão ainda terá que aprovar a implementação da missão militar com o uso de tropas, mas o governo está suscetível de obter apoio suficiente, pois a coalizão da chanceler Angela Merkel tem a maioria absoluta.

Alguns legisladores de partidos da oposição de esquerda têm expressado dúvidas sobre o mandato militar na Síria, dizendo que a batalha não pode ser ganha com meios militares.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, fará um debate na quarta-feira para discutir se o Reino Unido deve participar dos ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico na Síria, dizendo que ele acredita que há “apoio crescente” do Parlamento para a ação militar. O debate provavelmente será seguido por uma votação.

A principal oposição Partido Trabalhista disse que vai permitir que seus legisladores votem em relação à sua consciência sobre a questão, fazendo com que o apoio da maioria seja mais provável.

Sem apoio a Assad

A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula Von Der Leyen, descartou qualquer cooperação entre as forças alemãs que irão participar da campanha militar contra o Estado Islâmico na Síria e o presidente sírio, Bashar Al-Assad.

“O importante é: não haverá cooperação com Assad e nenhuma cooperação com tropas sob seu comando”, disse Ursula à emissora ARD.

No entanto, isso não exclui a possibilidade de incluir alguns países que estão atualmente aliados a Assad em uma solução a longo prazo para o país, disse.

“Precisamos evitar o colapso do Estado da Síria”, afirmou a ministra, acrescentando que erros cometidos no Iraque, quando grupos que eram leais a Saddam Hussein foram excluídos de participar do sistema político após a derrota do líder, não deveriam ser repetidos. “Deixe-me ser clara --não haverá futuro com Assad”, destacou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]