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O presidente do Equador, Rafael Correa,

Diante de três passeatas programadas para a tarde desta quinta-feira em Quito, o presidente Rafael Correa disse ter claros indícios de que “golpistas” tentarão tomar o palácio do governo. Correa convocou simpatizantes para se concentrarem diante do Palácio Carandolet, enquanto opositores e governistas deverão medir forças mais uma vez nas ruas às vésperas da visita do Papa Francisco ao Equador.

“Lamentavelmente temos claros indícios de que golpistas tentarão tomar Carandolet”, disse Correa no Twitter, acrescentando que a oposição equatoriana pretende provocar “enfrentamentos permanentes como a venezuelana”. “Vamos lotar a Praça Grande a partir das 16h, com música e alegria, mas pacíficos e firmes”, convocou.

Desde o início de junho, Correa enfrenta protestos que exigem sua saída do governo. O fator desencadeador para as manifestações do último mês foi um imposto contra heranças e venda de propriedades. Para esta quinta-feira, pelo menos três passeatas estão marcadas, incluindo opositores, médicos, indígenas e agricultores.

O deputado Andrés Paéz, do partido conservador CREO, convocou uma passeata que sairá da Assembleia Nacional até a sede de governo. Ao mesmo tempo, sindicatos, indígenas e agricultores, que reivindicam direitos trabalhistas, partirão do Instituto de Previdência Social até o Carandolet. A eles se unirão médicos, que se opõem à criação da Agência de Seguros da Qualidade da Saúde, temendo a implantação de tetos aos preços cobrados no setor privado e pedindo mais diálogo sobre o assunto.

Para o governo, as mobilizações constituem “um golpe de Estado branco”. Segundo os setores de inteligência, os manifestantes estariam sendo estimulados a se armarem com pedaços de madeira para enfrentar a polícia, bombas de tinta para cegar agentes e spray de pimenta para serem usados contra cães e cavalos das forças de segurança. Se os golpistas não conseguirem tomar o poder, tentariam ocupar os aeroportos de Quito e Guayaquil e bloquear as fronteiras, com o objetivo de fazer o Papa cancelar a sua visita no próximo dia 5.

Páez considerou “uma barbaridade” as acusações do governo e pediu aos manifestantes para não aceitarem provocações. A Igreja Católica, por sua vez, considerou que este não é o momento para convocar protestos.

Diante das manifestações, Correa havia suspendido temporariamente o trâmite dos projetos polêmicos para garantir um ambiente tranquilo durante a visita do Papa.

— Não queremos uma paz temporária só porque o Papa está chegando. Queremos um Equador de paz e liberdades — reagiu a deputada Lourdes Tibán.

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