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A prefeita de Barcelona, Ada Colau, participa de um protesto na praça de Sant Jaume durante a greve de um dia para defender os direitos das mulheres no Dia Internacional da Mulher em Barcelona, em 8 de março de 2018. | LLUIS GENE/AFP
A prefeita de Barcelona, Ada Colau, participa de um protesto na praça de Sant Jaume durante a greve de um dia para defender os direitos das mulheres no Dia Internacional da Mulher em Barcelona, em 8 de março de 2018.| Foto: LLUIS GENE/AFP

O Dia Internacional da Mulher paralisou a Espanha parcialmente nesta quinta-feira (8). Uma greve de duas horas pela manhã teve adesão de 6 milhões de pessoas, segundo os sindicatos, incluindo homens e mulheres. O país tem 46 milhões de habitantes.

O lema do dia era de que "se nós paramos, o mundo para". Houve 300 passeatas em 200 locais do país.

A polícia calculou a participação de 170 mil pessoas na capital, Madri, e 200 mil em Barcelona. A prefeita de Barcelona, Ada Colau, aderiu à paralisação.

"Como uma pessoa em uma posição pública, temos o dever de se mobilizar em nomes daqueles que não podem entrar em greve", disse ela. "Este é o século das mulheres e do feminismo, nós aumentamos nossa voz e não seremos caladas."

O movimento contou com o apoio dos principais veículos de imprensa. Repórteres do jornal El País fizerem greve durante todo o dia -incluindo a filial de São Paulo- e a cobertura ao vivo do El Mundo foi interrompida nas duas horas de protesto. Os programas matutinos de TV apresentados por mulheres foram excepcionalmente capitaneados por homens.

Pesquisa recente da empresa Metroscopia apontou que uma de cada três mulheres já se sentiu assediada sexualmente ao menos uma vez na Espanha. Entre os 18 e 34 anos, justamente quando entram no mercado de trabalho, essa cifra vai a 47%.

Segundo a Fundação de Estudos de Economia Aplicada, as mulheres ganham 13% menos do que os homens em tarefas semelhantes no país. Elas representam 73% dos contratos de meio período e, em geral, aceitam mais vagas temporárias.

Em um ato oficial, o premiê espanhol, Mariano Rajoy, disse que seu governo "trabalha pela igualdade real". "Contamos com a colaboração de todos para chegar à plena participação das mulheres na sociedade nas mesmas condições dos homens."

Cartazes com a hashtag da campanha "Me Too", que denuncia crimes sexuais e assédio, foram vistos em manifestações na Ásia e na Europa.

Para denunciar a diferença salarial entre os gêneros, o jornal francês Libération decidiu cobrar 25% a mais de seus leitores homens pela edição da quinta -mulheres ganham 24% a menos no país, segundo pesquisa do Observatório da Desigualdade.

"Uma punição? Não. Uma contribuição" dizia a capa da publicação, com preço de € 2 para elas e € 2,50 para eles.

Na Rússia, onde a data é feriado nacional, houve apenas uma manifestação solitária. A candidata à Presidência Ksenia Sobchak fez um ato em frente a Duma (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira) pedindo a renúncia do deputado Leonid Slutsky, acusado de assédio.

Em Seul, na Coreia do Sul, centenas de pessoas foram às ruas vestidas de preto para criticar a violência sexual. O país vive uma onda de denúncias de casos de assédio e estupro contra empresários, artistas e políticos.

Em ato em Nova Délhi, capital indiana, estudantes, professoras e prostitutas marcharam juntas pedindo o combate à violência doméstica e ao abuso sexual e o fim da descriminação salarial.

O grupo carregou cartazes com frases como "meu corpo, minhas regras" e "seja homem o suficiente para dizer não ao abuso doméstico".

Cabul, no Afeganistão, também teve um ato, com a participação de centenas de mulheres. Elas comemoraram o direito de celebrar o Dia Internacional da Mulher, o que era proibido durante o regime do Taleban, e pediram mais segurança e acesso à educação.

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