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Local ainda está sob responsabilidade do Departamento Penitenciário de Nova York. | Melinda Hunt/EFE
Local ainda está sob responsabilidade do Departamento Penitenciário de Nova York.| Foto: Melinda Hunt/EFE

A maioria dos nova-iorquinos não conhece Hart Island, mas quase um milhão deles estão enterrados ali. É a ilha dos mortos invisíveis.

A ilha teve muitas funções, a principal delas como prisão durante a Guerra Civil americana (1861-1865), mas desde 1869 contém a maior vala comum dos Estados Unidos, um cemitério quase inacessível para onde vão os corpos de indigentes, pobres, bebês recém-nascidos e de muitas pessoas que morrem sem que ninguém reclame por seus corpos.

Suas fossas são cavadas por presos condenados a penas menores do que um ano. Eles navegam todos os dias desde outra ilha no East River, a Rikers Island, o maior complexo penitenciário da cidade.

Projeto inclui um “Facebook dos mortos”

O projeto de revitalização da Hart Island inclui um museu virtual que é “como um Facebook, mas para os mortos”.

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Acesso

Visitas só são permitidas uma vez por mês

Quando Rosalee Grable tentou visitar o túmulo da mãe, no verão passado, foi expulsa pelo capitão Martin Thompson, com 25 anos de experiência em presos de alta segurança. As normas de acesso a Hart Island são muito rígidas.

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Por causa da herança de uma antiquíssima legislação colonial, Hart Island depende ainda hoje do Departamento Penitenciário de Nova York, o que limita o acesso à ilha. Mas a situação pode mudar em breve.

“Não entendo como pode haver leis tão maléficas. Os mortos não são terroristas”, diz Rosalee Grable, de 63 anos, enquanto olha emocionada para o horizonte nas estreitas cabines do barco que a leva para visitar o túmulo de sua mãe pela primeira vez desde que ela morreu vítima de um câncer, no ano passado.

Sua mãe era Gladys Van Aelst, uma mulher de Michigan que nos anos 80 chegou a Nova York de trem com todos seus pertences na mala. Sua espontaneidade e seu amor pela música a transformaram, mesmo sem uma voz especialmente bonita, em “Karaoke Gladys”, sensação dos karaokês do norte de Manhattan.

“Deve estar cantando na ilha sua canção favorita, ‘Crazy’“, de Patsy Cline, sugeriu Rosalee sobre Gladys, que não desceu dos palcos da Amsterdam Tavern até dar entrada no hospital em que morreu, sem dinheiro para pagar um enterro.

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