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Pré-candidato republicano, o senador Marco Rubio, filho de cubanos, passou a defender mais segurança nas fronteiras. | Michael Reynolds /EFE
Pré-candidato republicano, o senador Marco Rubio, filho de cubanos, passou a defender mais segurança nas fronteiras.| Foto: Michael Reynolds /EFE

A imigração é um tema sensível na corrida dos pré-candidatos nos Estados Unidos, que pode derrubar os aspirantes republicanos à Presidência. Eles competirão pelos eleitores mais conservadores no pleito de 2016, contrários à anistia para imigrantes que vivem ilegalmente no país.

Um exemplo é o senador pela Flórida Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos. Ele ganhou importância no Senado como coautor de um projeto de lei bipartidário de reforma da imigração que teria aberto um caminho para a cidadania àqueles que vivem ilegalmente nos EUA. Mas passou a ser alvo de duras críticas da ala ultraconservadora do Partido Republicano. O Senado aprovou a lei, mas ela não passou na Câmara dos Representantes.

Dilema

Os republicanos vivem um dilema : apoiar a legalização dos imigrantes ilegais, o que beneficia os grandes doadores de campanha, ou manter um discurso linha-dura para atrair o eleitorado conservador. Muitos doadores vêm deixando claro que só apoiarão candidatos que defendam a reforma pela legalização.

Rubio agora diz que o foco deve ser na segurança das fronteiras, posição comum entre os republicanos. O que ele defende agora é um processo que leve os imigrantes ao status legal e então à cidadania.

Outros republicanos também mudaram de posição. Em 2013, o governador do Wisconsin, Scott Walker, disse que “faz sentido” oferecer cidadania a imigrantes ilegais. Neste mês, disse que não apoia mais uma “anistia”. Mesmo o ex-governador da Flórida Jeb Bush, que tem uma voz forte (e um livro) sobre imigração, titubeou no assunto.

“Todos os candidatos têm declarações divergentes. Eles têm declarações que parecem apoiar a anistia e têm outras que parecem se opor a ela”, diz Roy Beck, diretor da Numbers USA, entidade que pressiona pela redução da imigração. “Eles são pressionados entre as pessoas endinheiradas, que se beneficiam da grande imigração, e os eleitores contrários a ela “

O estrategista republicano Luis Alvarado diz que a maioria dos políticos republicanos reconhece em privado que o país tem de legalizar o status dos imigrantes, ao mesmo tempo em que reforça a segurança na fronteira. “Eles acreditam que ninguém em sã consciência pode deportar 11 milhões de pessoas do país”, disse Alvarado. “Mas, politicamente, eles têm de fazer ginástica verbal para ser eleitos na primária.”

O senador Rand Paul, do Kentucky, outro potencial candidato republicano, votou contra o projeto de lei de Rubio, mas diz que milhões de pessoas que vivem no país ilegalmente não podem ser mandadas para casa.

Entre os republicanos, o linha-dura é o senador Ted Cruz, do Texas. Ele apoia os esforços para reverter as ordens executivas do presidente Barack Obama impedindo a deportação de milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país.

Para Matt Schlapp, da organização American Conservative Union, há duas razões para as mudanças: os jovens centro-americanos cruzando a fronteira no verão passado e os atos unilaterais de Obama para proteger imigrantes, que tornam politicamente impossível para um republicano apoiar o caminho para a concessão da cidadania.

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