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Imagem de um homem judeu e uma palestina no transporte público de Jerusalém; tensão cresceu na cidade após ato de terror contra família palestina | BAZ RATNER/REUTERS
Imagem de um homem judeu e uma palestina no transporte público de Jerusalém; tensão cresceu na cidade após ato de terror contra família palestina| Foto: BAZ RATNER/REUTERS

O governo israelense permitirá interrogatórios mais duros a judeus suspeitos de propagar a violência contra palestinos e, possivelmente, deixará a polícia agir com força contra os detidos, informou o ministro do Interior nesta segunda-feira (3).

O anúncio ocorre dias depois da morte de um bebê em um suposto ataque de ultranacionalistas, em um caso que repercutiu no exterior e fez o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometer ações contra atos terroristas.

Em meio às buscas pelos responsáveis pelo incêndio criminoso de sexta-feira contra uma casa palestina, o gabinete de segurança aprovou no domingo a prisão de cidadãos israelenses suspeitos sem direito a julgamento. A prática, chamada “detenção administrativa”, antes era reservada a palestinos.

Segundo o governo, a medida pretende “dar os passos necessários para levar os responsáveis à Justiça e prevenir novos ataques”, segundo comunicado divulgado à imprensa. O gabinete classificou o incêndio em Duma de “ataque terrorista sob todos os aspectos”.

O anúncio foi feito um dia depois de o governo disse que iria começar a detenção de cidadãos suspeitos de violência política contra os palestinos, sem julgamento, uma outra prática anteriormente reservado para os suspeitos palestinos.

“Um método de interrogatório ou qualquer outra coisa feita ao tratar de terroristas palestinos, a mesma coisa deve ser feita com terroristas judeus”, disse o ministro da Segurança Interior Gilad Erdan.

Netanyahu ficou sob crescente pressão para reprimir grupos violentos de judeus de extrema-direita após o incêndio criminoso que matou um bebê de 18 meses na sexta-feira. Os pais do bebê e o irmão, de 4 anos, ficaram gravemente feridos no ataque na localidade de Duma, perto de Nablus, na Cisjordânia.

Ninguém assumiu responsabilidade pelo atentado, mas uma mensagem com a palavra “vingança” em hebreu na parede liga o crime a episódios passados de vandalismo e outros crimes de ódio promovidos por jovens fanáticos judeus que perseguem árabes, cristãos, ativistas pela paz ou propriedades do Exército israelense.

Presidente ameaçado

A polícia israelense abriu uma investigação sobre as ameaças publicadas em redes sociais contra o presidente do país, Reuven Rivlin, que condenou o “terrorismo judeu” depois do incêndio de sexta-feira. Na ocasião, Rivlin postou em seu Facebook um texto, em árabe e hebraico, intitulado “Mais que vergonha, sinto dor”.

“A dor do assassinato de um pequeno bebê, a dor de ver meu povo escolher o caminho do terrorismo e perder sua humanidade”, escreveu ele sobre o ataque.

A iniciativa não foi bem vista por várias pessoas, que criticaram o presidente. Entre os mais de 2.000 comentários no texto, muitos o tacharam de “taidor”.

“Traidor sujo. Teu final será pior que o de Ariel Sharon (o ex-premiê israelense morto depois de passar 8 anos em coma)”, ameaçou um usuário.

Um ativista de extrema-direita matou em 1995 Isaac Rabin, o premiê na ocasião, durante uma concentração a favor da paz em Tel Aviv. A ação ocorreu depois de uma violenta campanha da direita contra os acordos de Oslo, assinados dois anos antes com os palestinos.

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