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Matteo Salvini (E), líder da Liga, partido de extrema-direita, e Luigi Di Maio (D), líder do Movimento 5 Estrelas  | TIZIANA FABIAFP
Matteo Salvini (E), líder da Liga, partido de extrema-direita, e Luigi Di Maio (D), líder do Movimento 5 Estrelas | Foto: TIZIANA FABIAFP

A aliança de forças populistas inédita na Itália ganhou ainda mais força nesta quinta-feira (10) após seus integrantes, o Movimento 5 Estrelas (M5S), antissistema, e a Liga, ultranacionalista, anunciarem que definiram as bases que garantem ao país um novo governo. Os dois grupos negociam uma composição para pôr fim ao impasse que já dura quase dez semanas. 

Os dois partidos foram os vencedores das eleições legislativas de 4 de março e avançaram nas tratativas após a "bênção" do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que autorizou a Liga a conversar com o M5S sem correr o risco de romper a aliança conservadora.

Segundo um comunicado conjunto, reuniões técnicas serão realizadas até domingo para redigir um programa de governo "definitivo". De acordo com a agência italiana Ansa, o objetivo é consolidar a aliança até segunda-feira, prazo dado pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, para a conclusão das negociações. 

A Itália está sem um governo com plenos poderes desde 24 de março, quando o premiê Paolo Gentiloni, do centro-esquerdista Partido Democrático, renunciou, em consequência do resultado das eleições. Ele continua como premiê, mas apenas para tratar de assuntos correntes. 

Na nota conjunta, M5S e Liga dizem que os dois partidos encontraram "diversos pontos de convergência programática", que prevê a abolição da reforma previdenciária italiana, a "desburocratização" do país, a redução dos custos da política e o combate à imigração clandestina. 

Leia mais: Resultado das eleições na Itália cria novo problema para a União Europeia

Além disso, M5S e Liga aceitaram incluir no programa dois pontos cruciais para ambos: a introdução de uma alíquota única no imposto de renda, bandeira da legenda ultranacionalista; e a "renda de cidadania", projeto da sigla antissistema que prevê o pagamento de um valor para garantir que cidadãos na linha da pobreza tenham ao menos € 780 por mês no bolso. 

Novo premiê

Não havia ontem, no entanto, indícios de quem os partidos indicarão para primeiro-ministro. A probabilidade maior, segundo Vincenzo Spadafora, porta-voz de Luigi Di Maio, líder do M5S, é encontrar um "terceiro" nome - ou seja, nem Di Maio, nem o líder da Liga, Matteo Salvini.

UE condena retorno do populismo na Europa

Nesta sexta-feira (11), o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, condenou o "retorno do populismos e nacionalismo" na Europa à medida que o movimento de esquerda 5 Estrelas e a direita A Liga, na Itália, se aproximam para formação de um governo.  

O presidente da Comissão Europeia não abordou diretamente a possibilidade de os partidos anti-União Europeia (UE) tomarem o poder em Roma, que se tornou cada vez mais provável ontem. No entanto, ele condenou "o retorno de populismos e nacionalismos" na Europa durante seu discurso na conferência O Estado da União em Florença, de acordo com o jornal londrino Telegraph.  

Juncker destacou as divisões na UE entre os países do norte mais ricos que "acreditam que são mais virtuosos" do que as nações mais pobres do sul do Mediterrâneo. Ele criticou os países do Leste Europeu por recusarem as cotas de deslocamentos de migrantes da UE, enquanto elogiou a Itália e a Grécia, que suportaram o impacto da crise imigratória.  

"Fiquei chocado com as rachaduras que surgiram na solidariedade desde a crise imigratória", disse Juncker, que declarou que o mundo precisava de "mais Europa" e uma "Europa forte". 

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