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A junta médica de peritos oficiais e da acusação responsável por esclarecer alguns pontos de discordância nas investigações pela morte do promotor argentino Alberto Nisman entregou nesta quarta-feira (21) dois relatórios com conclusões diferentes, informaram fontes do caso.

Segundo a agência oficial “Télam”, a promotora Viviana Fein, encarregada da causa que busca esclarecer os fatos envolvendo a morte de Nisman, recebeu um relatório dos peritos oficiais e outro dos peritos da denúncia.

O documento oficial foi assinado por um grupo majoritário, no qual se encontram os peritos do Instituto Médico Legal, os que realizaram a autópsia, os da divisão de medicina legal da Polícia Federal e o representante de Diego Lagormarsino, ex-colaborador de Nisman e único acusado até o momento, já que havia emprestado ao promotor a arma que o matou.

Por outro lado, os peritos da denúncia entregaram seu relatório separadamente e mantêm discordâncias em relação ao outro grupo, especialmente sobre a data de morte de Nisman, que situam em algum momento da tarde ou da noite de sábado, 17 de janeiro, enquanto o documento oficial afirma que o promotor morreu entre a manhã e o meio-dia de domingo, dia 18.

Segundo as informações que vazaram, os peritos oficiais também chegaram à conclusão que Nisman agonizou por um curto período após o disparo e que o promotor se encontrava de pé, em frente ao espelho do banheiro de seu apartamento, e não de joelhos, como afirma a denúncia.

Controvérsias

A data e hora da morte, a posição do corpo de Nisman e a existência de espasmo cadavérico são três das principais diferenças entre as opiniões dos dois grupos de peritos.

A denúncia, liderada pela ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, garante que o promotor foi assassinado e os peritos que a representam não assinaram o relatório oficial.

A promotora Viviana deverá agora comparar os dados dos relatórios com o documento que será elaborado por uma junta criminalística.

Nisman, promotor especial que investigava o atentado contra a associação israelita Amia, que deixou 85 mortos em 1994, foi encontrado morto no dia 18 de janeiro com um tiro na cabeça, quatro dias depois de ter acusado a presidente argentina, Cristina Kirchner, de orquestrar um plano para acobertar os supostos autores iranianos do ataque.

Quatro meses depois, a causa de Nisman ainda é considerada como “morte duvidosa”.

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