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O jovem líder da Coreia do Norte promoveu um militar do Exército a vice-marechal, depois de demitir o chefe do Estado-Maior, numa manobra vista pela rival Coreia do Sul como uma tentativa de impor a autoridade dele sobre as Forças Armadas, que há décadas sustenta o regime comunista da família Kim no miserável país asiático.

Mas analistas disseram que as mudanças, sete meses após a ascensão de Kim Jong-un ao poder, não alteram fundamentalmente as políticas que foram implantadas por seu pai e seu avô, com prioridade para a estrutura militar do país.

A imprensa estatal norte-coreana noticiou na terça-feira a promoção do relativamente desconhecido militar Hyon Yong-chol à patente de vice-marechal. Hyon, que supostamente tem pouco mais de 60 anos, começou a ascender na estrutura do regime em 2007, e sua posição na elite governante foi confirmada pelo fato de ele ter participado da delegação oficial que acompanhou o funeral do ex-líder Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, que morreu em dezembro.

Generais sexagenários são considerados jovens na Coreia do Norte, onde remanescentes da luta contra o Japão empreendida pelo fundador do regime, Kim Il-sung, continuam na ativa após os 80 anos de idade.

Não ficou claro se Hyon vai substituir Ri Yong-ho como chefe do Exército norte-coreano, um dos maiores do mundo.

A Reuters teve acesso a uma avaliação do governo sul-coreano segundo a qual cerca de 20 oficiais de alto escalão foram expurgados desde a ascensão de Kim Jong-un ao poder.

"O expurgo de Ri poderia ser uma mensagem para os novos militares, já que (as Forças Armadas) continuam sendo uma ameaça ao regime de Kim Jong-un, embora tenham servido a um propósito importante ao ajudar Kim a ascender ao trono", disse o relatório sobre a demissão de Ri.

Kim, que estudou na Suíça e supostamente tem menos de 30 anos, tem adotado uma imagem mais descontraída do que seus antecessores, e já foi mostrado pela imprensa estatal visitando feiras de variedades, falando em público e aplaudindo um show de rock no fim de semana.

Mas ele não parece ter feito praticamente nada para resolver os graves problemas econômicos do país, onde segundo a ONU um terço das crianças está desnutrida.

O analista Koh Yu-hwan, da Universidade Dongguk, em Seul, disse que "Kim Jong-un está embaralhando as coisas para estabelecer um sistema que se adeque à sua era, e para superar o período de transição que foi deixado por seu pai".

"Vamos ver muitos personagens desconhecidos na era de Kim Jong-un", acrescentou.

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