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“Espero que se construa aqui um continente de desenvolvimento, de investimento nos países mais pobres, de fim do subsídio.”Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil |
“Espero que se construa aqui um continente de desenvolvimento, de investimento nos países mais pobres, de fim do subsídio.”Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil| Foto:

Curitibanas nos EUA aderem ao "obanismo"

A curitibana Melissa Nascimento Mroczkowski, que mora nos Estados Unidos há sete anos, não esconde a satisfação em saber que Barack Obama será o próximo presidente do país que escolheu para morar. Passando pelas últimas semanas da gravidez de gêmeos, ela identifica no democrata a imagem da mudança para um futuro melhor. "A cidade está em um clima bom, dá a impressão de que tudo vai mudar. Ele é o primeiro presidente negro, e vem com a promessa de unir ricos com pobres, brancos com negros, unir as religiões... fazer um país com a participação de todo mundo. Estou ansiosa por isso", disse.

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  • Na mídia: na manhã de ontem, os principais jornais do mundo noticiaram a opção dos norte-americanos pelo democrata Barack Obama. Todos foram unânimes em afirmar que a vitória é um feito histórico: Obama é o primeiro presidente negro dos EUA e chegou à Casa Branca pregando uma mudança para a nação que enfrenta duas guerras e a pior crise financeira dos últimos anos
  • Veja que em regiões influentes de Bush, lideranças pontuaram prioridades para Obama

Líderes mundiais conclamaram ontem o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, a ajudar na construção de uma nova ordem mundial. Além de aguardarem o novo líder do globo nos esforços de superação da pior crise financeira desde 1930, representantes das nações já começam a pressionar por seus anseios particulares com os norte-americanos.

Ao passo em que europeus fizeram questão de reafirmar os laços de unidade com os Estados Unidos – inclusive o presidente da Espanha, com quem as relações estão estremecidas –, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, fez um discurso duro sobre as diferenças entre os dois países. No Oriente Médio e África as palavras oscilaram entre apoio e ceticismo em relação a Obama, e, na América Latina, Cuba e Equador declararam claramente os interesses com o novo governo.

Na Europa, a empolgação em torno da vitória histórica do democrata na qualidade de primeiro presidente negro norte-americano viu-se mesclada à preocupação com os desafios da maior economia do planeta caminhando para uma recessão. "Precisamos transformar a crise (econômica) atual em uma nova oportunidade. Precisamos de um novo acordo para um mundo novo. Eu sinceramente espero que, com a liderança do presidente Obama, os Estados Unidos da América unam forças com a Europa para comandar esse novo acordo", afirmou José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia.

Inglaterra e Alemanha demonstraram preocupação com os tempos difíceis na economia global. "Eu conheço Barack Obama e dividimos inúmeros valores. Nós temos determinação para mostrar que o governo pode agir ajudando pessoas", disse o com justiça em meio a esses o premiê britânico Gordon Brown. "O mundo enfrenta desafios significativos no início de seu mandato. Eu estou convencida de que a Europa e os Estados Unidos irão trabalhar juntos e em espírito de confiança mutua para confrontar novos perigos e riscos", disse a a chanceler alemã Angela Merkel

O chefe do Executivo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, criou inimizade com a administração de George W. Bush após sua decisão de retirar as tropas espanholas do Iraque. Para Obama, ele assegurou que encontrará na Espanha um "amigo e fiel aliado."

Já com a Rússia, o tom foi menos amigável. O presidente russo expressou a esperança de que as relações com o novo presidente melhorem, mas não esqueceu de criticar o plano de defesa de antimísseis norte-americano. As relações entre Washington e Moscou se deterioraram, alcançando níveis parecidos ao do período pós-Guerra Fria durante o governo de George W. Bush.

América Latina

Na América Latina, a vitória de Obama alavancou otimismo quanto a uma reaproximação ideológica após anos de negligência por parte de Washington. Apesar de não ser prioridade, Obama tem complexos desafios políticos na América Latina, que na última década deixou de ser mero "quintal" dos EUA e migrou politicamente para a esquerda.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que espera dos EUA uma relação mais forte com a América Latina, com a América do Sul, com o Brasil e com a África. Lula pediu que Obama pratique uma política de investimento nos países mais pobres, mas disse que vai esperar o presidente tomar posse para ver como se darão as relações. "Espero que se construa aqui um continente de desenvolvimento, de investimento nos países mais pobres, de fim do subsídio. Mas há uma diferença muito grande entre ganhar uma eleição e governar um país como os Estados Unidos. Vamos esperar ele (Obama) tomar posse para ver o que vai acontecer", disse.

O presidente do Equador, Álvaro Uribe, já adiantou que espera um apoio bipartidário para a luta contra o narcotráfico, o terrorismo e a aprovação de um tratado de livre comércio para o país, que está pendente no legislativio norte-americano. Da mesma forma, representantes do governo cubano mais uma vez posicionaram-se quanto ao alívio do embargo comercial que os Estados Unidos aplicam sobre Cuba há mais de 46 anos."Com Obama, deve haver uma flexibilização da política para Cuba. Pelo menos ele prometeu mudar coisas, como acabar com as restrições às viagens dos norte-americanos a Cuba", disse Diego López, trabalhador de Havana .

Oriente Médio

Já no Oriente Médio, onde as políticas do governo Bush tiveram um impacto direto e muitas vezes violento, principalmente no Iraque, no Líbano e nos territórios palestinos, o repúdio a Washington é generalizado. Gholamali Haddadadel, importante assessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse: "A eleição de Obama demonstra o fracasso das políticas norte-americanas no mundo. Eles têm de mudar suas políticas para se salvar das complicações criadas por Bush".

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