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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodriguez (D) e uma apoiadora durante uma manifestação em favor do regime chavista nesta quarta-feira (7) | FEDERICO PARRAAFP
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodriguez (D) e uma apoiadora durante uma manifestação em favor do regime chavista nesta quarta-feira (7)| Foto: FEDERICO PARRAAFP

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou nesta quarta-feira (7) que as eleições presidenciais serão realizadas em 22 de abril, horas depois do fracasso da negociação do regime de Nicolás Maduro com a oposição.

O pleito, que era previsto para ocorrer no segundo semestre, não será reconhecido pelos EUA, a União Europeia e os países da América Latina com governos críticos ao chavismo devido às condições de disputa.

A data era a mesma que havia sido consenso entre os representantes do regime e da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) nas negociações na República Dominicana -o chavismo queria realizá-la em 8 de março e a oposição, em 10 de junho.

Também condiz com o determinado pelo decreto da Assembleia Constituinte, convocada por Maduro e dominada por seus aliados, de que os venezuelanos iriam às urnas até o final de abril.

Negociação fracassada

Antes, no mesmo dia, o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, anunciou que fracassou a negociação entre o regime de Nicolás Maduro e a oposição. Segundo Medina, que mediou as negociações em Santo Domingo, as duas partes se desentenderam sobre pontos em que já havia consenso, como a data das eleições e a participação de partidos políticos hoje proibidos. 

Ele afirma que, inicialmente, o chavismo sugeriu marcar o pleito para 8 de março, enquanto a oposição defendia sua realização em 10 de junho, para ter tempo de fazer primárias para escolher seu candidato. Ao final, acertaram como data 22 de abril, além de detalhes não divulgados da disputa. 

Isso ocorreu no dia 31 de janeiro. O dominicano afirma que o chavismo entendeu que havia um acordo final, motivo pelo qual voltou a Santo Domingo na terça (6) para sua assinatura. Entretanto essa não foi a interpretação da oposição. 

 "Eles pediram mais tempo para uma revisão", declarou. "[O governo] não pôde ficar esperando a reunião da oposição porque tinham eventos políticos e voltaram à noite para a Venezuela." 

Segundo o mediador, a oposição já havia enviado suas sugestões de alteração, não aceitas por Maduro. "O presidente disse que só assinaria o acordo do dia 31." 

Desde a última sexta (2), o negociador-chefe do governo, Jorge Rodríguez, dizia que o acordo estava pronto, o que foi negado por seu homólogo da oposição, Julio Borges. 

"Até que não tenhamos um acordo digno, não assinaremos nada. Instamos o governo a não dar o passo absurdo de continuar convocando eleições unilateralmente", disse o deputado nesta quarta. 

O diálogo começou a perder força no final do mês passado, depois que a Assembleia Constituinte, controlada por Maduro, convocou o pleito presidencial para até 30 de abril, sem definir data. 

Sanções 

Diante do fracasso das negociações, começam as movimentações para elevar as sanções ao regime chavista. Um grupo de deputados do Parlamento Europeu entrou com moção para ampliar as punições da União Europeia. 

A caminho da Jamaica, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse que basta a firma de Donald Trump para a aplicação de sanções ao petróleo. Segundo ele, os EUA estudam formas de mitigar os efeitos do embargo.

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