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| Foto: DANIEL KARMANN/AFP

Um migrante sírio morreu depois de detonar uma bomba perto de um festival de música na cidade bávara de Ansbach, no sul da Alemanha, deixando doze feridos, no terceiro ataque a atingir esta região em uma semana. O homem estava enfrentando deportação para a Bulgária

O migrante de 27 anos sofria de transtornos psiquiátricos, mas as autoridades disseram que é provável que seu ato tenha se tratado de um atentado. “Trata-se, infelizmente, de um novo atentado terrível, que aumenta sem dúvida a inquietação das pessoas”, declarou o ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann.

Os socorristas tentaram em vão reanimar o autor da explosão, que feriu 12 pessoas, três gravemente. “Minha opinião pessoal é que é muito provável que se tratasse de um ataque suicida islamita”, disse Herrmann.

O vice-diretor da polícia de Ansbach, Roman Fertinger, falou de “indícios” de que pedaços de metal foram colocados junto à carga explosiva.

O autor do atentado, cujo pedido de asilo foi negado há um ano, tinha a intenção de impedir a realização de um festival de música pop que contava com a participação de mais de 2,5 mil pessoas na cidade de Ansbach, segundo Herrmann. Ele tentou entrar no festival, mas não conseguiu porque não tinha ingresso. Esse homem seria deportado para a Bulgária. “Sírios não podem neste momento ser deportados para a Síria, mas isso não significa que sírios em geral não possam ser deportado”, afirmou o porta-voz do Ministério do Interior Tobias Plate.

O sírio, que vivia em Ansbach, havia feito duas tentativas de suicídio e esteve hospitalizado em uma clínica psiquiátrica, acrescentou o ministro, ressaltando que desconhecia se o homem tinha a intenção de se matar.

O homem chegou da Síria há dois anos e vivia na Alemanha com um visto de residência provisório. “Não podia ser expulso devido à atual situação” em seu país e “estava tolerado” na Alemanha, segundo Herrmann. Estava fichado por um crime relacionado a drogas, indicou o ministro à agência de notícias DPA.

Série trágica

Este atentado ocorreu em um momento de grande tensão na Alemanha após uma série de ataques, entre eles a morte a tiros de nove pessoas na noite de sexta-feira em Munique.

Tanto a Alemanha quanto o resto da Europa vivem um clima de medo de atentados terroristas como os que ocorreram em várias ocasiões neste ano (na cidade francesa de Nice em 14 de julho, em Bruxelas em 22 de março), reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

Também é a terceira vez em uma semana que o estado regional alemão da Baviera sofre um ataque.

Na noite de sexta-feira, um jovem de 18 anos com transtornos psiquiátricos e obcecado pelos massacres em massa matou a tiros nove pessoas em Munique.

No dia 18 de julho, um solicitante de asilo feriu com um machado cinco pessoas em um trem regional de Wurtzburgo, ato reivindicado em nome do Estado Islâmico.

Não muito distante da Baviera, em Reutlingen, um sírio de 21 anos solicitante de asilo matou no domingo com um facão uma mulher polonesa após uma discussão, e feriu outras três pessoas, no que parecia ser um ataque passional.

Embora as autoridades insistam em evitar as amálgamas, esta série pode dar argumentos aos que se opõem à política de abertura da chanceler Angela Merkel com os refugiados em 2015.

Herrmann disse se preocupar que “o direito de asilo seja desacreditado” pelo ocorrido em Ansbach.

“Não pudemos registrar e controlar todos os migrantes que cruzaram a fronteira alemã”, disse à BBC Stephan Mayer, responsável pela política interna do partido conservador bávaro CSU.

A Baviera, onde ocorreram as tragédias de Wurtzburgo e Ansbach, é ao mesmo tempo a porta de entrada de migrantes na Alemanha e uma região dirigida pelos maiores opositores da abertura para os refugiados, os conservadores do partido CSU, que na semana passada voltaram a pedir a fixação de um limite na Alemanha.

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