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Criança resgatada pelo exército nigeriano em um acampamento. Cerca de 700 pessoas foram salvas em uma ofensiva contra o grupo islâmico | AFOLABI SOTUNDE/REUTERS
Criança resgatada pelo exército nigeriano em um acampamento. Cerca de 700 pessoas foram salvas em uma ofensiva contra o grupo islâmico| Foto: AFOLABI SOTUNDE/REUTERS

Em um relato dramático sobre a vida nas mãos do Boko Haram, ex-reféns afirmaram que algumas de suas companheiras foram apedrejadas até a morte por extremistas enquanto o Exército da Nigéria se aproximava para tentar resgatá-las. Na última semana, as forças nigerianas conseguiram libertar mais de 700 pessoas em uma ofensiva contra o grupo islâmico.

Sem precisar o número de óbitos, as mulheres contaram ainda que alguns reféns morreram acidentalmente pelos militares durante a operação. De acordo com a sobrevivente Asama Umoru, os soldados não teriam percebido “a tempo que não éramos os inimigos” e algumas mulheres e crianças foram “atropeladas por seus caminhões”.

Segundo as ex-prisioneiras, antes de capturarem mulheres e crianças, os militantes mataram homens e meninos mais velhos na frente de suas famílias. Algumas foram obrigadas a se casar com extremistas. Lami Musa, de 27 anos, porém, conseguiu escapar de uma união forçada após os extremistas descobrirem que ela estava grávida.

“Quando eles perceberam que eu estava grávida, disseram que eu estava impregnada por um infiel (seu marido) e o mataram”, contou.

Outras sobreviventes disseram que os militantes islâmicos nunca as deixavam longe de suas vistas, nem mesmo para irem ao banheiro. “Eles não nos permitiam mover centímetros”, contou uma das mulheres, Asabe Umaru. “Tínhamos que ficar em um só lugar.”

As mulheres tinham direito a apenas uma refeição por dia e esperavam o dia em que poderiam ser a próxima vítima. “Comíamos somente milho seco à tarde. Não era bom para o consumo humano”, relatou Cecilia Abel.

“Todos os dias, testemunhamos a morte de uma de nós e esperávamos pela nossa vez”, acrescentou Umaru, de 24 anos.

Algumas das crianças eram “apenas pequenos corpos esqueléticos”, descreveu o repórter Michelle Faul, da agência AP, depois de visitar o acampamento para onde os sobreviventes foram levados.

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