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A General Motors, ao revelar o motor e a transmissão de seu sedan de 2016, pretende reviver o prestígio do passado | Eduardo Munoz/European Pressphoto Agency
A General Motors, ao revelar o motor e a transmissão de seu sedan de 2016, pretende reviver o prestígio do passado| Foto: Eduardo Munoz/European Pressphoto Agency

No tempo em que o termo “modesto” não era considerado um elogio, a Cadillac, marca de grandes automóveis de luxo, era sinônimo de estilo americano, qualidade e prestígio. A Cadillac vendeu mais de 200 mil unidades no final dos anos 60.

Suas vendas e sua reputação vêm declinando desde então. No ano passado, as vendas caíram 6,5 por cento em comparação com 2013, chegando a 171 mil carros nos EUA, em um mercado global crescente de carros de luxo dominado por Mercedes, BMW, Lexus e Audi.

Agora, a General Motors, que controla a Cadillac, está fazendo uma grande aposta e acredita que a marca possa recuperar seu prestígio. A empresa voltou a transformar a Cadillac em uma divisão independente, com seu próprio marketing, suas equipes de desenvolvimento e de gestão de produtos. A Cadillac está mudando sua sede de Detroit para Manhattan.

A General Motors vai investir aproximadamente US$12 bilhões nos novos modelos da Cadillac nos próximos cinco anos, um esforço “sem paralelo na história da empresa”, segundo Uwe Ellinghaus, diretor de marketing da Cadillac.

Os primeiros resultados desse investimento foram revelados recentemente no New York International Auto Show: o CT6, novo sedan da Cadillac, feito para competir com o Mercedes Classe S e o BMW Série 7.

“O mundo não precisa de outro carro de luxo alemão. Temos que ser diferentes”, disse Ellinghaus. Ele descreveu o novo Cadillac como “quando o Vale do Silício encontra Nova York”.

A Cadillac faz por merecer seu novo slogan ao “ousar muito”?

“Nunca foi tão difícil” reviver o segmento de carros premium, disse Adam Jonas, analista da Morgan Stanley. E acrescentou: “Não vai ser uma vitória rápida”.

O novo Cadillac é um sedã tradicional com motor de combustão interna. Não é o modelo elétrico da Tesla, e não é da Apple, que, segundo dizem, está desenvolvendo seu próprio carro elétrico.

“A Cadillac está vendendo a tradição de excelência automotiva, que inclui o design, a engenharia e o desempenho. É o que fazem há cem anos. Isso, na verdade, não é ousado. Ousadia é ter um motorista robô”, disse Jonas.

Ellinghaus rebateu as comparações com o Tesla dizendo que a Cadillac não visa o mercado “verde”, e acrescentou que, de qualquer maneira, todas as empresas automotivas vão acabar oferecendo transmissões elétricas.

O novo Cadillac só estará disponível nas revendedoras no final deste ano, e poucas pessoas o dirigiram, por isso é difícil avaliar seu desempenho.

Com relação à aparência, não dá para confudir o CT6 com uma Mercedes ou um BMW. “O maior apelo é para o grupo dos individualistas”, disse Ellinghaus. A Cadillac já está tão atrás no mercado de carros de luxo que não precisa depender de qualquer grupo demográfico para atingir seu objetivo relativamente modesto de vender um milhão de carros globalmente. Isso é menos que um quarto dos 2,1 milhões de veículos que a BMW vendeu em 2014.

“Os alemães fazem ótimos carros, mas eles querem ser o Número 1 em termos de volume. Não podem mudar muito porque têm que agradar a todos os clientes. Nós podemos correr riscos”, disse Ellinghaus.

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