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Quase todas as noites, antes de assistir um programa de humor na TV ou ler os e-mails no celular, Matt Nicoletti coloca um par de óculos laranja que comprou por US$ 8 na internet.

“Minha namorada acha que eu fico ridículo com eles”, disse Nicoletti, 30, que trabalha como consultor de hotelaria em Denver.

Mas ele insiste que os óculos, capazes de bloquear comprimentos de onda da luz emitida por telas eletrônicas, o ajuda a dormir.

Estudos mostram que essa luz, especialmente a partir da parte azul do espectro, inibe a produção de melatonina, hormônio que ajuda as pessoas a adormecerem.

Há cada vez mais opções para bloquear a luz azul, embora especialistas alertem que poucas tiveram sua eficácia devidamente testada e que a melhor solução continua sendo evitar eletrônicos luminosos à noite.

Um estudo suíço com 13 adolescentes publicado na revista “The Journal of Adolescent Health” apontou que eles se mostravam “significativamente mais sonolentos” quando usavam por uma semana, à noite, esses óculos laranja, que comprovadamente evitam a supressão da melatonina.

Os adultos podem ser menos afetados pela luz azul, segundo os especialistas, porque o amarelamento do cristalino e outras alterações no olho à medida que ele envelhece causam uma retenção progressiva da luz azul.

Mas essa luz continua a ser um problema para a maioria das pessoas, e um estudo com 20 adultos entre 18 e 68 anos concluiu que quem usava óculos cor de âmbar durante três horas antes de dormir melhorava consideravelmente sua qualidade de sono em relação a um grupo que usava lentes amareladas, as quais bloqueavam apenas a luz ultravioleta.

Aparelhos como smartphones e tablets geralmente são iluminados por diodos emissores de luz (LEDs), que emitem mais luz azul do que produtos incandescentes.

As televisões com retroiluminação LED são outra fonte de luz azul, mas, como geralmente vistas de muito mais longe, podem causar menos efeito, segundo Debra Skene, professora de neuroendocrinologia da Universidade de Surrey, no Reino Unido.

Os LEDs estão cada vez mais populares como luzes de ambiente, mas lâmpadas “brancas quentes”, com menos azul, tendem a ser melhores que as “brancas frias” para uso noturno.

Os óculos laranja não são uma panaceia, segundo Skene. “Não basta se livrar do azul que tudo fica bem. A intensidade da luz, além da cor, pode afetar o sono.”

Durante o dia, segundo os especialistas, a exposição à luz azul é positiva. A luz solar é a melhor. “É essa que o nosso cérebro conhece”, disse Kenneth Wright Jr., do laboratório de sono e cronobiologia da Universidade do Colorado.

Se não for para cortar totalmente os eletrônicos à noite, é aconselhável usar telas pequenas, reduzir a luminosidade, mantê-la à maior distância possível dos olhos e reduzir o período de leitura. “Se você passar dez minutos com o iPhone em vez de três horas, isso faz muita diferença”, disse Skene.

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