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Jeppe Garly e sua namorada, Linnea Bang-Madsen; curso de cultura viking ensina ofícios manuais, como trabalho com metal. | Mauricio Lima/The New York Times
Jeppe Garly e sua namorada, Linnea Bang-Madsen; curso de cultura viking ensina ofícios manuais, como trabalho com metal.| Foto: Mauricio Lima/The New York Times

Jeppe Nordmann Garly foi por anos um “viking recreativo” —ou seja, membro de uma tribo de supostos guerreiros nórdicos que se fantasiam em trajes do século 10, participam de feiras de artesanato nos fins de semana e trocam informações pela internet sobre os melhores lugares para encontrar elmos ou espadas autênticos.

Agora, ele é viking em tempo integral. Garly é o diretor do primeiro curso sobre como viver como viking a ser financiado com dinheiro público na Escandinávia.

Garly é um viking politicamente correto, destituído da agressividade sanguinária que fez da era dos vikings um sinônimo de violência guerreira.

“Nunca saqueei nada”, disse o dinamarquês de 36 anos, cuja estatura mediana, modos joviais e corpo rechonchudo parecem não combinar com seu entusiasmo por guerreiros antigos. “Violações e pilhagem não estão no currículo.”

Mauricio Lima

Outra proibição no campus de Seljord, cidade a 185 quilômetros a oeste de Oslo, é o uso de símbolos nazistas de origem nórdica, usados pela Alemanha nazista e o governo fascista da Noruega durante a Segunda Guerra Mundial.

Em lugar disso, os alunos matriculados no novo curso aprendem sobre o amor que os vikings tinham por objetos belos e obras de arte. Eles costuram seus próprios trajes e fabricam botas de couro.

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Em um país que concede o Prêmio Nobel da Paz todos os anos e preza sua reputação de tolerância, a reformulação da imagem dos vikings faz parte do ressurgimento do interesse por um período histórico antes abraçado por nacionalistas de extrema direita.

Esse movimento está ajudando a tornar respeitável o interesse pela era dos vikings, em um momento em que os noruegueses querem reforçar sua identidade, abalados pelos receios em torno da imigração e da globalização.

Uma editora norueguesa lançou uma revista on-line intitulada “The Happy Viking”, um diretor de cinema norueguês acaba de rodar um filme descrito como um blockbuster viking, com lançamento previsto para o início de 2016, e a frequência dos museus de Oslo e Lofoten que expõem embarcações vikings vem aumentando muito.

Anders Kvale Rue é fã dos vikings e líder de um grupo de entusiastas amadores chamado Olaf’s Men. Ele disse que os vikings, especialmente seus símbolos e seu pendor pela violência, ainda são um tema delicado para alguns.

“Antes da 2aGM, a nação tinha orgulho do legado viking”, disse. “Mas, depois da guerra, esse legado foi proibido de ser mencionado em público por mais de 50 anos. Sentimos os efeitos negativos até hoje.”

Arve Husby, diretor da faculdade de Seljord, ponderou que o interesse pelos vikings ajuda a afastar extremistas e a fazer a Noruega a recuperar uma parte importante de seu passado, que inclui feitos importantes, como a chegada à América do Norte cerca de 500 anos antes de Cristóvão Colombo.

O curso de cultura viking tem nove meses de duração e custa cerca de US$ 2.200. Os 14 alunos disseram que foram atraídos pela oportunidade de trabalhar com as mãos e entrar em contato com a história. Alexander Fredriksen, 20, observou: “Eles eram grandes guerreiros e tinham grande habilidade para matar, mas essa era apenas uma pequena parte do que faziam.”

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